A situação das famílias que aguardam o recebimento das chaves para morar no Residencial Suzano II, localizado na Estrada Takashi Kobata, no Jardim Europa, segue indefinida até o momento. Sem a obra concluída e o alvará do Corpo de Bombeiros que possibilitaria a entrega das chaves, as 600 unidades habitacionais do empreendimento está exposta à ameaça de ocupações irregulares, já que estão em situação de abandono e pouca segurança.
Sorteadas em 2017, os 600 apartamentos são divididos em dois prédios, com 300 unidades em cada. Metade deles já estão com as obras praticamente prontas, faltando apenas a instalação da rede de esgoto. Em fevereiro, o DS apurou que o local não teve autorização nem da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e nem da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para instalação do sistema. Na época, a empresa responsável pela construção do residencial alegou "insuficiência de recursos", impossibilitando a continuidade das obras.
Sem isso, a Prefeitura de Suzano segue sem permissão para liberar as chaves, já que não é possível expedir o "Habite-se", uma certidão necessária para que as famílias tomem posse de seus apartamentos.
De acordo com o Executivo, embora o empreendimento seja de responsabilidade da construtora, do agente financeiro Banco do Brasil e do governo federal, a administração municipal exerce seu papel como articuladora entre as partes – empreiteira e órgão financiador –, buscando garantir a conclusão das obras e, consequentemente, a entrega das unidades aos beneficiários sorteados.
A Prefeitura informou que no último mês, o prefeito Rodrigo Ashiuchi foi a Brasília para tentar resolver o imbróglio junto ao Ministério de Desenvolvimento Regional. Na oportunidade ele se encontrou com o secretário nacional de Habitação, Alfredo Eduardo dos Santos. Uma reunião com as partes envolvidas chegou a ser realizada dias depois e agora a administração espera uma solução por parte dos responsáveis para dar fim a essa espera pela moradia própria de 600 famílias.
Mesmo com os esforços do Executivo em resolver o problema, o cenário começa a ganhar contornos de pesadelo para as famílias que chegaram a ser sorteadas. De acordo com Marcos da Silva Lima, 31, um dos futuros moradores do local que chegou a participar do sorteio e agora vive a expectativa da liberação, a situação é dramática.
"No começo estávamos na expectativa, mas agora é só tristeza. Hoje o condomínio começa a ter cara de abandonado, com lodos nas paredes e instalações expostas", lamenta.
O DS tentou contato com a Qualyfast, construtora responsável pelo Suzano II, mas não teve retorno até o fechamento desta reportagem.
O Banco do Brasil, que financia a obra, informou que "na qualidade de agente financeiro do Programa Nacional de Habitação (PNHU) - MCMV Faixa I, informa que cumpre todas as suas obrigações legais e contratuais".