As mudanças realizadas no projeto inicial do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas (SP-21) permitiram a preservação de uma área de 245 campos de futebol, o que equivale a 1,75 milhão de metros quadrados. Esta área equivale a todo impacto que deixou de existir em relação a quatro itens: Área de Proteção Ambiental (APP), locais de mata, de várzea e regiões urbanas. A informação foi divulgada ontem pela concessionária responsável pela construção e administração da via, a SPMar. Uma das principais mudanças no projeto foi a construção do Encontro Leve Estruturado - com dez quilômetros de extensão -, que não estava previsto inicialmente. A saída foi encontrada após a SPMar vencer a licitação para construir o empreendimento. “Neste sistema de construção, a montagem das pistas suspensas ocorreu sem interferir nas várzeas dos rios (Tietê e Guaió). Todas as estacas de concreto que dão sustentação ao viaduto foram cravadas direto no solo da várzea de forma aérea, evitando grandes movimentações de terra e restringindo o contato das equipes de trabalho com as áreas de preservação. Como resultado, reduziu-se as áreas de aterro na região, o que evitou a movimentação de cerca de 4,5 milhões de metros cúbicos de terra, equivalente a dois estádios do Maracanã cheios”, explicou a SPMar. A implantação da estrutura foi feita com equipamentos modernos. Além da preservação das várzeas do Tietê e do Guaió, a redução do impacto ambiental nas obras do túnel na na área da Pedreira Santa Clara foi de 90 campos de futebol, ou seja, houve supressão de vegetação em 360 mil metros quadrados. “Na questão ambiental, fizemos grande parte da via de forma elevada, evitando o contato com as várzeas dos rios Tietê e Guaió, reduzindo drasticamente o impacto ao meio ambiente. Além disso, reaproveitamos toda a brita e rocha retiradas do túnel para fazer o asfalto e o concreto da rodovia, anulando a utilização de bota-fora”, explicou o diretor-executivo da concessionária, Marcos Abreu Fonseca. A SPMar informou que durante 18 meses, engenheiros, técnicos e diversos profissionais se reuniram para verificar qual era a melhor forma de realizar a obra causando menos impacto. RODOANEL O Trecho Leste foi totalmente entregue, no final do mês passado, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A parte entre o Trecho Sul e a Rodovia Ayrton Senna (SP-70) havia sido liberada para tráfego em julho do ano passado. Foram investidos R$ 4,5 bilhões nas obras. Com 43,5 km de extensão e três faixas por sentido, o Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas é uma importante via de acesso entre o maior porto do Brasil, o de Santos, e o maior aeroporto do País, o de Guarulhos, passando pelos municípios de Arujá, Itaquaquecetuba, Mauá, Poá, Ribeirão Pires e Suzano. Ao todo são cinco acessos: na Avenida Papa João XXIII em Mauá, na interligação com o Trecho Sul (km86); na Estrada dos Fernandes em Suzano, projeto em aprovação (km 104); na Rodovia Henrique Eroles (SP-066), em Suzano (km 115); na Rodovia Ayrton Senna, em Itaquaquecetuba (km 124) e na Rodovia Presidente Dutra (SP-60), em Arujá (km 130). A via tem previsão de tráfego de 48 mil veículos por dia, sendo que no primeiro ano de funcionamento 5,3 milhões de viagens foram feitas pelo empreendimento.