O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) considerou importante a decisão do Estado de vacinar os professores. Mas a entidade teme que isso precipite o retorno das atividades presenciais nas escolas sem que outros profissionais da comunidade escolar também sejam imunizados.
Somente em Suzano, cerca de 2 mil professores serão vacinados.
Além dos professores, o governador João Dória anunciou nesta quarta (24) que policiais também estão incluídos no grupo prioritário.
A previsão é que 350 mil profissionais da área da educação com idade acima de 47 anos, que atuam desde creche ao ensino médio sejam vacinados a partir do dia 12 de abril.
Segundo Andreia Soares, diretora estadual da Apeoesp e professora em uma unidade escolar em Ferraz de Vasconcelos, a notícia foi muito esperada, mas precisa ser analisada com cuidado.
“Ficamos felizes porque é uma bandeira que levantamos desde o início da pandemia. É importante que sejamos vacinados para retomar as aulas presenciais. Por outro lado, é preciso as pessoas que trabalham na limpeza, na cozinha, também sejam imunizadas, além de toda a população. Defendemos vacina para todos”, explica.
No início do mês de fevereiro, as aulas presencias haviam sido retomadas no estado em sistema de rodízio. Com baixa adesão dos alunos, a Apeoesp pressionou o Estado para que as aulas presenciais fossem suspensas. Para isso, o sindicato passou a divulgar uma lista com números de profissionais da educação que foram infectados no retorno das atividades.
Apenas com o aumento dos casos e de internações por covid-19 em todo o estado, as aulas presenciais voltaram a ser suspensas a partir do dia 15 de março, quando foi decretado o início da fase emergencial.
Segundo a diretora estadual da entidade, a preocupação também se deve ao calendário de vacinação para professores mais jovens.
“Sabemos que os professores idosos já estão afastados. Mas temos muitos professores na faixa etária de 30 a 40 anos que estão na ativa e precisam ser imunizados com urgência. Enquanto não houver vacina para todos, não há condições de voltar com as atividades presenciais”, completou Andreia Soares.