A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo inicia hoje uma mega reorganização de sua rede com cinco mil escolas, incluindo as da região, para que já no início do ano letivo de 2016 haja redução de unidades com três ciclos de ensino (1º ao 5º do Fundamental, 6º ao 9º do Fundamental e Ensino Médio) e cresça a quantidade de escolas com apenas um ciclo. O projeto tem como objetivo melhorar a qualidade de ensino e do ambiente escolar. A expectativa da pasta é que cerca de 1 milhão de estudantes sejam beneficiados diretamente. O viés pedagógico é implementar mais escolas destinadas a cada segmento de ensino, o que possibilita ações mais focadas por faixa etária. Estudo da Secretaria indica que escolas com ciclo único abrigam alunos com rendimento 10% superior às unidades com três ciclos de ensino. A secretaria encomendou à Fundação Seade (órgão que elabora análises para um maior conhecimento da realidade socioeconômica paulista) um levantamento sobre as matrículas na rede estadual. Entre 1998 e 2015, a rede estadual de ensino perdeu 2 milhões de alunos. A redução de nascimentos e, assim, do número de crianças e jovens em idade escolar no Estado é o principal fator para a queda de matrículas, seguido pela municipalização do ensino fundamental (ainda em andamento no Estado) e pela migração para a rede privada. Com a queda das taxas de fecundidade entre as paulistas, o efeito demográfico nas matrículas deve continuar em descendência. Até 2030, a população de 6 a 17 anos no Estado terá 6,8 milhões de pessoas a menos, estima a fundação. “São Paulo passa de 6 milhões para 4 milhões de estudantes em menos de 20 anos. Isso ocasionou carteiras, cadeiras e, principalmente, salas vazias em muitas escolas. É a oportunidade para que a rede de ensino dê um salto de qualidade e possa oferecer às crianças, pré-adolescentes e adolescentes uma escola focada em uma segmentação de ensino”, afirma o secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald. Aviso aos pais Depois de definidas as escolas que terão alterações, a secretaria passará a avisar os pais e responsáveis. Cada escola terá a obrigação de informar a mudança para 2016 aos pais. Além disso, haverá o chamado “Dia E” da Educação, no qual, por meio de uma reunião de pais e mestres, os responsáveis irão às escolas para conhecer as unidades que podem receber seus filhos (sempre respeitando o limite de distância de 1,5 km). Pela internet e por carta, os pais tomarão conhecimento do projeto e das mudanças.