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Cidades

Greve é encerrada após mais de dez horas. Passageiros são prejudicados

04 junho 2015 - 08h01

A greve dos funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) encerram a greve, no final da tarde de ontem, após de mais de dez horas de duração. A paralisação pegou alguns passageiros desprevenidos, que tiveram que buscar alternativas para locomoção. Segundo o site da companhia, por dia, cerca de 900 mil passageiros utilizam as linhas 11-Coral e 12-Safira. As estações de Suzano e das outras cidades da região estavam com os portões fechados. O atendente de telemarketing Lamartine Souza, de 20 anos, estava preocupado em como ele chegaria ao seu trabalho, localizado no bairro São Bento, em São Paulo. O horário de entrada dele é às 16 horas. Junto com a mãe, a atendente Izabel Souza, de 55 anos, pensava em alguma rota para que o jovem chegasse no horário. Ela trabalha em Mogi das Cruzes e também buscava alternativas. "Essa situação deixa todo mundo em dúvida no que vai fazer. Nós mesmos não estávamos sabendo e só descobrimos porque liguei na televisão na hora do almoço", comentou Izabel. "Acredito que vamos pegar um atestado de horas, pois tanto o ônibus para Mogi das Cruzes quanto para São Paulo demoram muito. Até pretendia chegar no meio do expediente, mas não sei não". A principal alternativa utilizada pelos passageiros de trens foi utilizar os ônibus intermunicipais. Os pontos estavam lotados e algumas pessoas esperaram até uma hora para conseguir entrar no transporte coletivo. Raissa de Oliveira acabou desistindo de esperar o ônibus. "Muito cheio. Não tem condições de pegá-lo não", comentou. Ela precisava chegar no bairro do Butantã, em São Paulo, para buscar o filho. O aposentado Antônio Peixoto precisava chegar em São Paulo para uma consulta médica, às 16 horas. Ele decidiu sair três horas antes de casa para tentar chegar a tempo. "É complicado porque a gente sabe que é justa as reivindicações, mas a população sofre muito com isso". Segundo ele, normalmente, com o trem faria o trajeto em no máximo 1 hora e já estava há 3 horas esperando. A diarista Antônia Assis Ribeiro, de 54 anos, moradora de Itaquá, estava no ponto de ônibus em Suzano, próximo à estação. "Só sai de casa porque tinha que levar minha filha para uma entrevista de emprego aqui na cidade", apontou. ESTAÇÕES Todas as estações voltaram a funcionar gradativamente, por volta das 16h20, de acordo com informações da empresa. Mesmo com o funcionamento dos locais normalizado, os trens ainda circulam com intervalos maiores nas estações, já que o serviço está sendo retomado aos poucos. As estações da Linha 12-Safira reabriram as estações, após as assembleias dos dois sindicatos que as representam. A Linha 11-Coral foi reativada um pouco mais tarde. O estado de greve, no entanto, foi mantido até o próximo dia 11, quando haverá uma nova audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, chegou a ameaçar, durante o dia, a cortar ponto dos funcionários. Para ele, a greve é ilegal por não atender no mínimo 90% do efetivo na hora de pico. "A greve é ilegal. Esse tipo de serviço de transporte sobre trilhos é considerado serviço essencial. Mesmo fazendo paralisação, os sindicatos deveriam atender o mínimo de 90% na hora do rush. Só aí temos como caracterizar a greve como ilegal", disse o secretário.

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