As escolas estaduais voltaram a funcionar com 100% da capacidade nesta segunda-feira (18). O assunto causa divergência entre os pais dos estudantes. Para uns, as aulas remotas deveriam continuar, muito porque falta pouco tempo para o término do ano letivo. Em contrapartida, o retorno é festejado por outros pais.
Para Dolores Nunes, o breve período de aulas presenciais é um ensaio para o próximo ano. Ela conta que suas filhas estão felizes com o retorno. Entretanto, ela prega cautela em relação a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “Estava na hora. Pelo menos é uma base para o ano que vem. Elas estão felizes em voltar para a escola. Só é necessário manter o cuidado”, disse.
Mesma visão do empresário Wagner Garibalde. Para ele, o retorno deveria ter acontecido antes. Segundo ele, os alunos aprendem mais em sala de aula. “Demorou bastante. Tudo bem que está no final do ano. Serve como ajuste para o ano que vem. O aluno aprende mais estando na escola”, opinou.
Ele conta que não teve dificuldade com os filhos em casa. Entretanto, conhece muitos pais que não tiveram o mesmo sucesso. “Foi tranquilo. Meus filhos são bastante responsáveis com o estudo. Mas muita gente teve bastante dificuldade”.
Para a dona de casa, Valéria Teixeira, muitas crianças não estavam felizes em casa. “Estavam entediadas em casa. Muito isoladas e longe dos amigos. Convivendo com eles, elas também vão aprender muito mais”, ressaltou.
Adriana Mello, de 42 anos, pensa diferente. Ela se preocupa com a segurança dos alunos. Adriana defende a continuidade das aulas remotas, pelo menos até o fim de ano. “Está no final do ano letivo. Deveria ter dado continuidade no remoto. Está assim há dois anos. Muitos não foram completamente imunizados. Presencial deveria ser ano que vem”, justifica.
Ela concorda que no modo remoto, o aluno precisa ter um acompanhamento dos pais. Caso contrário, os estudantes acabam tendo bastante dificuldade. “Quando ele não tem acompanhamento, o aluno acaba não participando muito”, explicou.
O motoboy Luis Fernando, de 24 anos, segue a mesma linha de raciocínio. ‘Estamos no final do ano. Não fará muita diferença. Muitos alunos ainda não tomaram a vacina. Não é seguro ainda”, finalizou.
Apeoesp
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), através da coordenadora da subsede do sindicato em Suzano, Ana Lúcia Ferreira, ressaltou que segue contra o modo de execução do retorno.
“Jamais estaremos contra o retorno das aulas presenciais. Mas não concordamos com o modo que está sendo feito. Os professores não foram imunizados completamente e muitos alunos sequer tomaram a primeira dose”, afirma.