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Jornal Diário de Suzano - 23/03/2025
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Cidades

Servidores fazem fila na porta de sindicato para não pagar 3% de contribuição

Sindicato dos Servidores protocolou um pedido para a aplicação da contribuição sobre os vencimentos

22 março 2025 - 05h00Por Thiago Caetano - de Suzano
Servidores municipais fizeram fila na porta do sindicato da categoria, nesta sexta-feira (21), contra a contribuição assistencial de 3% sobre os vencimentos dos profissionais.
 
Segundo a Prefeitura de Suzano, o Sindicato dos Servidores Municipais protocolou um pedido para a aplicação da contribuição assistencial de 3% sobre os vencimentos dos profissionais da categoria. Essa contribuição é facultativa, ou seja, somente será aplicada caso o funcionário não apresente oposição dentro do prazo estabelecido.
 
O prefeito Pedro Ishi solicitou a prorrogação do período para que os servidores que não desejarem contribuir possam se manifestar contrariamente, além da dispensa da necessidade de reconhecimento de firma junto ao cartório. Com isso, o novo prazo foi estendido até as 16 horas do dia 25 de março (terça-feira). Todas as tratativas foram realizadas em consenso com o Poder Legislativo.
 
Segundo a administração municipal, os servidores que não desejarem aderir à contribuição assistencial devem protocolar sua oposição por escrito, sem a necessidade de reconhecimento de firma em cartório, na sede do sindicato, localizada na Avenida Armando Salles de Oliveira, 555. No ato do protocolo, é necessário apresentar um documento original com foto.
 
Após isso, o servidor deverá encaminhar uma cópia da via protocolada ao Departamento de Recursos Humanos (RH) da Prefeitura de Suzano, localizado no Paço Municipal Prefeito Firmino José da Costa (Rua Baruel, 501, 2º andar – Centro).
 
Críticas
 
A colaboração não foi bem aceita entre os trabalhadores da categoria. A reportagem esteve no local e conversou com quem aguardava o atendimento. 
 
“Recebemos essa informação ontem à tarde para que estivéssemos aqui para poder se opor. Caso não fizesse viria esse desconto de 3% no salário”, disse o agente de segurança, Marcos Roberto, de 44 anos. “É humilhante. Estar nesse sol, sem uma água. As informações que passam são desencontradas”, completou o servidor.
 
A professora Eliana Alves, de 59 anos, classificou a medida como um “absurdo” e um “desrespeito”. “Estamos debaixo do sol para dizer que não queremos esse desconto de 3%”. Na sequência, ela disparou contra o sindicato: 
 
“Se fomos representados de verdade, não tinha ninguém aqui. O problema é o desconto e a falta de representatividade. É uma falta de respeito com todos os funcionários públicos”.
 
O auxiliar de desenvolvimento escolar, Jorge Corrêa, de 62 anos, também não concordou. “Quem quiser colaborar, colabore, vire sócio. Questão de liberdade. Você tem a liberdade de escolher”, disse.
 
Presidente de entidade diz que percentual foi legalizado 
 
O presidente do sindicato, Claudio Matsuda dos Santos, atendeu a reportagem. Segundo Matsuda, a contribuição assistencial foi legalizada pela Justiça, mas é preciso seguir alguns trâmites, como a convenção coletiva, a montagem de pauta e aprovar o índice descontado em assembleia. A contestação de recusa poderia ser feita em assembleia ou em um prazo posterior, sendo escolhida a segunda opção.
 
Com relação ao índice, foi dado a liberdade de 1% a 13% de desconto, segundo Matsuda. “Para ser justo, escolhemos 3%. Até porque sabemos que toda a maioria das nossas negociações sai acima disso. Fizemos assembleia, aprovamos os 3% e, posteriormente, soltamos um novo edital, abrindo uma semana de prazo para o pessoal protocolar a carta de recusa. Foi protocolado na Prefeitura”, explicou.
 
Foi então que o Prefeito solicitou a abertura do novo prazo, que para o presidente é suficiente. Na última terça-feira (18), o sindicato garantiu o reajuste de 5% do salário da categoria. “Baseado nisso, mesmo retirando uma única vez 3%, o servidor vai receber, no primeiro mês, 2% de aumento. Não causará impacto na folha deles”, explicou Matsuda.
 
O presidente defendeu a atuação do sindicato, classificou os servidores como um “combustível” da entidade e que enfraquecê-lo seria lutar “contra si mesmo”. Além disso, ele cobrou mais participação da categoria nas assembleias. “Eles não entenderam que enfraquecer o sindicato, enfraquece a eles mesmos. O sindicato é um prédio, mas quem é combustível é o servidor público. Demos um choque de realidade para que eles se interessem a reivindicar. Quando convocamos a assembleia, não aparece nem 30. Diferente de quando é para reclamar. O sindicato está aberto para ajudar”, finalizou.