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Jornal Diário de Suzano - 02/01/2025
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Cidades

Suzanense relata cenário de insegurança em Governador Valadares

21 novembro 2015 - 07h00

A suzanense Rebeca Mendes, de 28 anos, é moradora de Governador Valadares, cidade da região central de Minas Gerais, há seis anos. Desde o dia 5 deste mês, quando houve o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, um mar de lama percorre a Bacia do Rio Doce, única fonte de abastecimento de água do sudeste de Minas e Espírito Santo. Segundo especialistas, o rio está praticamente sem vida. De acordo com Rebeca, a cidade voltou a ter abastecimento há dois dias, mas o clima é de insegurança e desconfiança. "Voltamos a ter o abastecimento há dois dias, mas só temos água de dois em dois dias. Agora estão usando um material para tirar a sujeira da água, mas ninguém confirma se ela está contaminada. São muitas informações desencontradas. Uma hora dizem que a água está boa para consumo e em outra dizem o contrário", revela. Rebeca nasceu em Suzano e morou na cidade durante 14 anos. Há seis anos ela foi morar com a mãe, que havia se mudado para Governador Valadares. Em Minas conheceu o marido e estabeleceu residência. A jovem que trabalha como agente de viagem conta que ainda não pensa em mudar do município, pois possui trabalho e não pode deixar tudo para trás. "Muitas pessoas começaram a ir embora. Mas muitas outras, de renda mais baixa, sofrem muito. Elas não têm dinheiro para comprar água e algumas pegam água em córrego de esgoto", detalha. DESESPERO O Rio Doce fica há 300 quilômetros de distância das barragens, mas foi totalmente prejudicado pelos rejeitos que possuem minérios e podem ser contaminantes. Rebeca conta que usa a água do rio apenas para limpar a casa e lavar roupa. "Eu, assim como outros moradores, não nos arriscamos a beber ou tomar banho com esta água. A situação é desesperadora", diz. Rebeca revela também que dois dias antes do abastecimento ser cortado, a cidade foi avisada e a notícia causou desespero na população. Para se ter uma ideia, os supermercados aumentaram o valor dos galões e garrafas de água de forma abusiva. "Um galão de 20 litros, por exemplo, que antes custava R$ 7 agora custava R$ 15. A situação só melhorou quando a polícia interveio", afirma. A agropecuária também foi afetada, gados e cavalos morreram ao beber a água do Rio Doce e muitas plantações não podem mais ser irrigadas. A agente de viagens diz que a única saída é a implantação de poços artesianos na cidade, mas faltam dinheiro e empresas do setor para fazer o trabalho. "Estamos em uma cidade que possui mais de 260 mil habitantes. As pessoas precisam se conscientizar de que nem todos podem comprar água", conclui.

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