A Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação de Suzano apresentou nesta segunda-feira (11/11) os resultados do Plano de Redução de Ruídos e Ilhas de Calor e do Sistema de Áreas Livres e Verdes, desenvolvidos em parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie. A apresentação ocorreu no Cineteatro Wilma Bentivegna, no centro, e contou com a presença de autoridades e representantes de entidades ligadas ao planejamento urbano e ao meio ambiente.
Os projetos foram criados por membros da pasta com uma equipe de professores e alunos envolvidos com as propostas para a Redução de Ruídos e Ilhas de Calor. Eles têm como objetivo reduzir os ruídos e ilhas de calor, melhor utilizar as áreas livres e verdes e aperfeiçoar o sistema de drenagem, articulando estas ações com outras ferramentas já existentes, como o Plano Cicloviário e de Mobilidade Ativa, elaborado em 2023. Trata-se de importantes estudos sobre as ações a serem tomadas pela cidade por conta das transformações climáticas ocorridas ao longo dos anos, sendo os primeiros existentes com este tema na região.
O Plano de Redução Ruídos e Ilhas de Calor busca entender os impactos do processo de urbanização sobre o clima urbano e suas consequências para a saúde humana e o bem-estar dos cidadãos, assim como a sua consequência para as mudanças climáticas, a fim de sugerir ações que, diante do cenário atual, podem auxiliar na mitigação dos impactos da urbanização em cada um dos bairros.
Como resultado da pesquisa, a universidade destacou nove recomendações com vistas ao planejamento das áreas livres e verdes da cidade, sendo que três delas são focadas na manutenção e preservação de locais de importância ambiental: implantação do Plano Municipal da Mata Atlântica, em especial na preservação e na reserva de áreas verdes que formam a borda de proteção da periurbana, com função de refrigeração da mancha urbana e de retenção de águas; viabilização do Sistema de Parques, para retenção das águas de chuva nas imediações do Jardim Casa Branca, próximo ao Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas (SP-21), com a função de mitigar futuros impactos da urbanização que podem influenciar no aumento das inundações na região do Jardim Monte Cristo; e implantação do pagamento por serviços ambientais e regulamentação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) Verde, já previsto no Plano Diretor (lei complementar nº 312/2017).
Outras três recomendações são voltadas ao financiamento da política pública de manutenção e ampliação das áreas verdes em Suzano. São elas: destinação de recursos dos fundos municipais de Desenvolvimento Urbano e Habitação e de Meio Ambiente, bem como de outras formas de financiamento, como o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), para a viabilização de ações visando a implantação de parques e praças no município; na perspectiva de revisão do Plano Diretor, regulamentação de instrumentos que facilitam a aquisição de áreas pelo Poder Público, bem como a utilização de recursos advindos de compensações urbanísticas, termos de ajuste de condutas ou mitigação de impactos, com vistas à aquisição de áreas para a implantação do conjunto de parques proposto; e implantação do Parque Ecológico do Miraporanga, previsto no Plano Diretor e no Plano Municipal da Mata Atlântica.
Por fim, há ainda três recomendações que visam a ampliação e a qualificação de espaços públicos verdes e de lazer: articulação de ações de arborização no município, com base nos resultados do mapeamento de Ilhas de Calor, concentrando as ações do Viveiro Municipal Tomoe Uemura nas áreas de maior foco; implantação de um conjunto de praças de lazer no município, articuladas aos equipamentos de Educação e Saúde e que consideram o atendimento de infância, gênero e longevidade; e viabilização de um sistema de parques urbanos ao longo da avenida Governador Mário Covas Júnior, a Marginal do Una, em áreas remanescentes com função de mitigação de impactos das chuvas, de melhoria do microclima e de qualificação do espaço urbano.
Estratégias
Por sua vez, o Sistema de Áreas Verdes vem com a perspectiva de formular estratégias de ocupação de espaços de lazer. O estudo estabeleceu o desenvolvimento de mapas de risco e de ações integradas para mitigação dos problemas urbanos, a integração de dados em plataforma on-line e também um sistema de monitoramento local para alertar sobre riscos de alagamento na área.
A diretora de Planejamento da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação, Eliene Coelho, destacou a importância do debate promovido em razão do estudo realizado com a parceria. “Nossa conversa tem trazido reflexões que não havíamos tido antes. A intenção é pavimentar o caminho para a inclusão de temas contemporâneos na revisão do Plano Diretor. A atual gestão está sempre se desafiando e esperamos que a próxima siga trabalhando muito como fizemos nos últimos oito anos”, declarou.
A coordenadora de Pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Mackenzie, Ana Gabriela Lima, agradeceu pela oportunidade de realizar uma parceria com a cidade. “Esta foi uma grande chance para tratar com dois prefeitos sobre um assunto tão importante. Tenho certeza de que daqui a dez ou 20 anos, Suzano será pioneira neste projeto”, ressaltou, citando também o prefeito eleito para o mandato 2025-2028, o vereador Pedro Ishi, presente no evento.
Já o secretário municipal de Planejamento Urbano e Habitação, Elvis Vieira, destacou a liberdade obtida durante a condução da pasta, o que possibilitou que um projeto de tamanha relevância pudesse ser sequenciado na gestão. “O prefeito permitiu que trouxéssemos coisas novas. A gente deixa um campo de visão para a cidade melhorar ainda mais. Suzano é a primeira cidade do Alto Tietê a debater o assunto com essa ótica e isso nos deixa muito orgulhosos”, pontuou.
Por fim, o prefeito Rodrigo Ashiuchi parabenizou a Mackenzie pelo estudo e agradeceu pela parceria. “Saio do governo daqui a um mês e meio, mas certo do forte envolvimento que temos com a universidade. Gratidão por me receber e por ter escolhido Suzano para ser essa parceira de boas práticas. O município se torna um case de sucesso graças também à ajuda de uma instituição de nome fortíssimo, que é a Mackenzie”, discursou.
Também participaram da apresentação os secretários municipais Alex Santos (Governo), Sadao Sakai (Meio Ambiente) e Diego Ferreira (Saúde); os vereadores Artur Takayama, Jaime Siunte e Marcos Antonio dos Santos, o Maizena; os parlamentares eleitos André Chiang e Dirceu Carlos da Silva, o Dirceu Filho do Carlão da Limpeza; o presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), Cesar Braga; a diretora técnica do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-SP) - órgão que tem parceria com a Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação -, Marília Gregolin Costa de Castro; o engenheiro de Tráfego da Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana, Marcel Martins; a diretora de Meio Ambiente, Solange Wuo Franco; e os professores da Mackenzie Matheus de Vasconcelos Casimiro, Renata Coradin e Loyde Vieira.
Estiveram presentes ainda os demais membros da equipe da Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação, incluindo o diretor de Planos e Projetos, Ricardo Hatiw Lu; a coordenadora do Departamento de Geotecnologias, Camila Girotto; a estagiária do Departamento de Geotecnologias, Bárbara Elisa Carvalho; e os arquitetos Livia Ribeiro, Valter Fortunato, Jaqueline Duarte, Tiago da Silva Bento e Sílvia Takahashi.