Os acidentes envolvendo atropelamento de trens na região matam mais do que os envolvendo motos e ônibus. Segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Ministério da Saúde, em dez anos cinco cidades do Alto Tietê contabilizaram 87 mortes por atropelamentos de trem. O número é 210,71% das mortes contabilizadas pelo sistema por colisão de moto, ou seja, o número é três vezes maior, e 38,1% maior do que as registradas por acidente de ônibus (1,3 vezes maior). Os dados do Datasus são contabilizados por meio de informações passadas pelas prefeituras e pelo governo do Estado por meio das internações hospitalares. O levantamento foi feito pelo DS somente com cinco municípios (Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Poá) cortados pelas linhas 11-Coral e 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Porém, o Ministério da Saúde não diferencia se estes atropelamentos aconteceram pela companhia estadual ou pelas composições de carga da MRS Logística, gerenciada pelo governo federal. Segundo informações do Datasus, Itaquá é a cidade com maior número de óbitos por conta de composições ferroviárias, com 23 casos; seguida de Mogi, com 22 ocorrências. Em terceiro lugar está Ferraz de Vasconcelos (16 casos), seguida de Poá (14) e Suzano (12). Foram considerados três tipos de situações: as colisões de trens com pedestres, com motociclistas ou ocupantes atingidos por acidente. Já com relação as ocorrências envolvendo ônibus, foram contabilizados pelo DataSUS 63 óbitos. O maior número de casos também aconteceu em Mogi, com 43 registros. O município é seguido por Itaquá, com nove ocorrências; de Suzano, com oito óbitos; e, de Ferraz com três casos. Poá não contabilizou mortes deste tipo. Neste caso, o levantamento considerou quatro tipos de casos: acidentes envolvendo pedestres, colisões com ciclistas, com motociclistas ou ocupantes e passageiros destes meios de transporte. Além disso, o DS contabilizou, por meio dos dados do Ministério da Saúde, os óbitos envolvendo motos. Foram 28 ocorrências em dez anos, sendo em 22 casos em Mogi, três em Suzano, dois em Itaquá e um em Ferraz de Vasconcelos. Entre os veículos, os carros e caminhões são os que mais matam. Foram registrados 904 óbitos envolvendo estes veículos, sendo que somente em Mogi foram 353 ocorrências. SÃO PAULO Na Capital, os acidentes envolvendo trens também chamam atenção. Números do Datasus apontaram que as composições ferroviárias matam seis vezes mais do que ciclistas em acidente de trânsito. Para se ter uma ideia, somente na Capital, 183 pessoas foram mortas por trens nos últimos dez anos, enquanto 29 pessoas foram mortas por ciclistas no mesmo período. Esta comparação foi feita por conta da polêmica envolvendo uma morte na ciclovia da Capital.