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Colunista

Cem anos de André Franco Montoro

28 julho 2016 - 08h00

eduardo caldas corO sempre governador André Franco Montoro nasceu em 14 de julho de 1916, em São Paulo e morreu em 1999, no Aeroporto Internacional de Guarulhos a caminho do México para se posicionar contrariamente à Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Não se tratava de contrariar a integração latino-americana, mas de discordar da proposição da ALCA. Montoro nasceu em São Paulo, estudou no Colégio São Bento, formou-se em Direito na Faculdade de Direito da USP em 1938. Também formou-se em filosofia e pedagogia, ambas na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento. Doutorou-se em Direito e em Filosofia. Sua primeira vitória eleitoral foi para vereador em São Paulo pelo PDC em 1947. Em seguida, vieram outras vitórias, para deputado estadual em 1950 e deputado federal em 1958, 1962 e 1966. Foi Ministro do Trabalho e da Previdência Social no Gabinete Parlamentarista de Tancredo Neves (1961-62). Pelo MDB, foi eleito senador em 1970 e 1978. Em 1982, tornou-se governador de São Paulo. Em 1988, foi fundador do PSDB, por onde se elegeu deputado federal em 1994 e 1998. Lembro vagamente de Montoro na região de Suzano no período das eleições de 1982, quando meu pai foi candidato a vice-prefeito com Pedro Miyahira; depois quando da inauguração do Fórum de Itaquaquecetuba. Lembro de Montoro na televisão, em 1988, ao lado de seus candidatos tucanos a prefeito e vice-prefeito de São Paulo, José Serra e Guiomar Nano de Mello, pedindo para que seus eleitores, deixassem de votar no PSDB e votassem na Erundina para combater o malufismo. Lembro de Montoro, em palestras no Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (BEAC), e de sua inesgotável energia na campanha pelo Parlamentarismo em 1993. No período em que fui estagiário no Centro de Estudos e Pesquisas em Administração Municipal(CEPAM) li muito sobre seu governo e conheci algumas pessoas que com ele trabalharam. Como governador, promoveu a descentralização do Estado, constituindo 42 regiões de governo; criou os primeiros conselhos de participação popular do Estado de São Paulo e do Brasil; municipalizou a alimentação escolar; construiu milhares de quilômetros de estradas vicinais para facilitar o escoamento de produtos da agricultura; ampliou as redes de água e esgoto; construiu, em média, uma escola por semana ao longo de seu mandato; quando recém-eleito, enfrentou de forma corajosa a greve dos professores cansados com o arrocho salarial do governo Maluf, negociou reajuste salarial, e o cumpriu; foi contra a construção da Usina Atômica na Jureia, foi precursor no tombamento de áreas para preservação ambiental. São muitos os feitos do governo Montoro. Muitas Teses e livros sobre esse período profícuo de nossa história foram escritos. O fato é que Montoro deixa muitas lições, dentre as quais: sua crença na descentralização e na força dos municípios e dos indivíduos como agentes de suas histórias; sua crença na participação ativa de cada cidadão. Seu governo e seus ensinamentos são heranças importantes. O fato é que neste ano de eleição municipal parecem haver poucos herdeiros querendo a herança. O PT açambarcou várias de suas bandeiras e não reconheceu a devida paternidade; o PSDB mudou tanto, que várias das bandeiras de Montoro talvez já não tenham espaço no Partido por ele criado. Neste ano de eleições municipais, é preciso recuperar os ensinamento do sempre governador André Franco Montoro.

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