Comida jogada fora

Existe uma entidade chamada ISWA, sigla para International Solid Waste Association, que noticiou, na recente COP29, realizada em Baku, capital do Azerbaijão, que em 2022, foram desperdiçadas 1,05 bilhão de toneladas de comida. A maior parte delas, dentro das próprias casas.
É um problema relativamente negligenciado. Afora o paradoxo de existir ainda uma legião enorme de pessoas que passam fome, o que levaria a uma valorização de cada grama de alimento, a comida perdida gera de 8 a 10% dos gases causadores do efeito-estufa.
Neste ano de 2024, mais de 60% da perda de alimentos continua a ocorrer no âmbito doméstico. É alguma coisa que merece a atenção da cidadania responsável. A solução também começa dentro de casa. Aquela primeira mestra, que se encarrega do "currículo oculto", além das "palavras mágicas": por favor, muito obrigado, com licença, desculpe, perdão, até logo, prazer em vê-lo, deveria voltar a insistir com sua prole que seus hábitos alimentares fossem mais éticos.
Cada ser humano deve se servir, durante as refeições, apenas da porção de alimento que consumirá. Não há mal, pelo contrário, em colocar pouca porção no prato, mas voltar a repetir se ainda sentir fome ou vontade. 
O que se vê - e isso é lastimável - é pessoas enchendo o prato até às bordas e, depois de algumas colheradas, deixar o alimento intocado.
Isso constitui uma evidente falta de educação de berço. 
E uma crueldade em relação a quem não tem o que comer. Além de ser irresponsabilidade face à gravidade das emergências climáticas. Elas são o resultado da péssima conduta dos seres humanos. E não haverá salvação, se a humanidade não alterar, radicalmente, os seus hábitos de consumo. 
Então, mais uma lição de casa para quem está acordado e vê, com preocupação, os rumos que a Terra vai assumindo, para responder à nossa insensibilidade. Não desperdiçar alimento, cozinhar apenas o que vai ser consumido, colocar no prato apenas o que comerá e não jogar restos. 
Já é uma razoável contribuição a que haja salvação para esta inconsciente raça, a mesma que se considera a única espécie racional dentre todas as demais.