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Jornal Diário de Suzano - 12/12/2024
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Coluna

Dá para diminuir o churrasco?

12 dezembro 2024 - 05h00

Sei que o assunto é espinhoso. Ninguém quer ouvir quem fala em desfavor da carne. Nem é meu intuito converter eventuais leitores carnívoros, em fanáticos veganos ou vegetarianos. 

Mas apenas trazer à reflexão de cada um, a responsabilidade por algo que a ciência comprova. O gado é emissor de metano, um gás mais nocivo do que o gás carbônico.

É verdade. A ciência diz que o excessivo aumento do número de bois e vacas é prejudicial à saúde. 

É que a fermentação entérica, o "arroto" do boi, sua digestão de celulose, própria aos ruminantes, emite o metano, um poderoso gás de efeito estufa.

O metano é responsável por aquecer o planeta cerca de oitenta vezes mais do que o dióxido de carbono. Os cientistas afirmam que uma forma de resfriar o planeta seria reduzir, drasticamente, as emissões de metano.

Estamos caminhando em sentido contrário.

A expansão do rebanho bovino conduziu o Brasil a um espetacular número de 238,6 milhões de cabeças de gado. É um exagero! Somos um país vacum, ou seja, temos mais gado do que gente. 

É claro que muito desse gado é exportado para o estrangeiro. Somos o "celeiro do mundo". O agronegócio é a "salvação da lavoura". Mas é preciso investir mais em tecnologia para que a fermentação se reduza e isso não é impossível. 

A Embrapa é uma empresa que tem orgulhado o Brasil e que não pode estar desatrelada da preocupação universal com as emergências climáticas. Se o aquecimento global resulta das emissões dos gases venenosos, e o metano parece o pior deles, é óbvio que um país civilizado cuidará de reduzir tais emissões. 

A cada um de nós incumbe contribuir, ao menos um pouquinho, para que essa equação deixe de crescer. O movimento "segunda sem carne", para que nas segundas-feiras não se servisse carne durante as refeições nas escolas, foi alvo de muita crítica. 

É conveniente sopesar vantagens e desvantagens, antes de criticar aqueles que têm razões de sobra para se preocupar com o futuro da humanidade. 

É melhor economizar no consumo de carne do que deixar de existir. Quem é que ousa não concordar com isso?