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Jornal Diário de Suzano - 20/11/2024
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Coluna

Ainda os idosos

19 novembro 2024 - 05h00

Dia desses ouvia os conselhos para os idosos que vivem só, mas os que vivem acompanhados por outro idoso também devem ter cuidado com sua saúde, segurança, alimentação, remédios, higiene, etc.. Parece tudo simples e básico, mas para pessoas de idade tudo fica mais difícil.
Uns se envolvem em suas lembranças e esquecem o presente, a fome não incomoda (por conta da inatividade), não sentem sede, não se lembram de abrir janelas, arejar a casa, muitos seguem vivendo como podem, às vezes com ganhos minguados que mal sustentam o pagamento dos remédios que necessitam e, adquirem somente o básico para sobreviver.
Esquecidos pela família que os considera um peso vão vivendo como podem, na solidão, no abandono e, são tantos que assim vivem.
Alguns para não se enclausurarem em suas casas em meio à tristeza, a desorganização que não dão conta de arrumar, saem a caminhar pelas ruas sem destino, acabam perdendo o pouco de valor que conseguem carregar para se alimentar nas mãos inescrupulosas de ladrões que se divertem com a fragilidade e os passos trôpegos.
Felizes aqueles que conseguiram na juventude adquirir uma casa, juntar algum patrimônio e viver a velhice com conforto, segurança, boa alimentação e ter um final de vida de temperança, tranquilidade e proximidade com os filhos e netos.
Infelizmente o que temos visto é um quadro triste de idosos que vivem pelas ruas juntando reciclados, carregando como animais de carga carrinhos pesados com tudo que amealham, sujeitando-se a vasculhar o lixo em busca de latinhas de alumínio (por vezes até algo para comer), abaixando-se com dificuldade para recolher aquelas que foram jogadas nas ruas e canteiros.
Esse trabalho apesar de digno é cansativo e seu rendimento é insuficiente, é necessário juntar uma grande quantidade para conseguir valor suficiente para comprar algum alimento.
Muitos transformam seus carrinhos de recolha de reciclados em suas moradias, para não sentirem a solidão trazem para sua companhia um cão que também terá que ser alimentado, mas que serve também de agasalho para as noites frias.
As ruas vivem cheias desses seres que trabalharam pesado durante toda vida, sem condições de arcar com o pagamento dos valores para obtenção de uma aposentadoria, mesmo que irrisória, pois, o que ganhavam mal dava para alimentar a família e pagar o aluguel.
Morando nas ruas, sentindo fome e frio muitos se envolvem com a bebida e são olhados com desprezo.
Com certeza cada um deles tem uma história de alegria, de saudade, de uma vida simples e de tempos felizes.
Ao seu modo continuam trabalhando, recolhendo reciclados, ajudando a manter as ruas e espaços mais limpos, dando oportunidade de emprego para outros que nem sequer se lembram de agradecer, pois, a parte difícil e inóspita é feita por esses seres de rostos enrugados, mãos carcomidas, unhas encardidas, que não conseguem nem mesmo se alimentar nalgum lugar decente, pois, dali serão escorraçados.
Esses idosos merecem mais respeito e até mesmo oportunidade de trabalharem em melhores condições, para que possam sobreviver com mais dignidade, mais saúde e longe das ruas, hoje tão insegura para todos...