Tempos atrás numa página social vi postagem de uma pessoa que alegava precisar doar seu animal porque precisava mudar e para onde ia não tinha espaço, informava que perdera a mãe e agora teria que morar com a irmã numa casa bem menor.
Chuva de impropérios se via nas respostas e manifestações de pessoas que sequer conheciam a pessoa que pedira um lar para acomodar o seu cãozinho, que ela estava disponibilizando por necessidade.
Não sei explicar o motivo essa publicação apareceu para mim que curiosa com o motivo que levava alguém doar seu animal, mesmo amando muito e que estava sendo massacrada na rede social por muitas pessoas que a criticavam... Buscando seu perfil vi que se tratava de uma mulher de 52 anos, que acabara de perder sua mãe e cuidadora, pois, ela tem síndrome de Down e necessitava da companhia de um familiar ou responsável. Doava seu animal com tristeza porque iria morar com a irmã numa casa menor e com mais moradores e onde também havia um gato.
Na tentativa de ajudar essa pessoa fiz minha manifestação em sua defesa, buscando esclarecer os motivos que levavam ela disponibilizar seu animal, coisa hoje condenada por muitos, desconhecendo a realidade de cada um.
Recebi, assim como ela uma infinidade de opiniões contrárias e causticas, mas resolvi não responder, porque somente iria provocar mais a ira de algumas pessoas que sequer conhecia.
Alguém que entendeu a situação, amorosamente acolheu o cão e deu a ela o lar que merecia.
Conto isso para que possamos entender algumas situações que enfrentamos no cotidiano e que imaginamos ter ficado num passado longínquo...
Numa leitura que se faz constante para mim e para alguns frequentadores de uma casa de ensinamento cristão do Evangelho Segundo o Espiritismo, repetidas vezes temos feito a leitura sobre o duelo e temos o esclarecimento que em tempos modernos essa prática estaria cessando, entretanto, a leitura constante e persistente nos fez parar e analisar o seu porquê... E, acabamos entendendo que hoje não usamos mais espadas ou revolver para limpar nossa "honra" como em outros tempos, utilizamos armas mais poderosas e ferinas, nossa língua e o teclado de nossos computadores ou celulares, onde vociferamos impropérios para pessoas que não conhecemos, mas de quem discordamos da maneira de pensar e agir lançamos sobre elas nossas verdades e nosso entendimento, sem pensarmos em nos colocar no seu lugar, sem ter um mínimo de empatia.
Criticamos com veemência, lançamos palavras pesadas, julgamos e magoamos, de uma maneira tão cruel que nos igualamos aos usuários e defensores dos duelos de outros tempos, que ceifava a vida de um no intuito de "lavar a honra", mas tornando-se um criminoso aceito pela sociedade.
Com nossas palavras ferinas, magoamos e muitas vezes causamos a morte da confiança e da esperança de pessoas com nossos julgamentos, acreditando que temos o poder de condenar, apontando o dedo e condenando, quando aprendemos com um homem simples que só podiam julgar e condenar aqueles totalmente livres do pecado e certamente nenhum de nós que aqui está pertence a esse grupo.
Então paremos de condenar, de julgar, de proferir palavras que ferem e magoam nossos familiares e pessoas que nos são distantes e desconhecidas, tornemos nossa vida e nosso mundo melhor.