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Jornal Diário de Suzano - 17/12/2024
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Coluna

Fim de ano, tempo de lembranças

26 novembro 2024 - 05h00

Ruas vão sendo enfeitadas, as vitrines coloridas atraem os olhares de crianças e adultos, o Natal se aproxima e com ele a melhor época do ano para termos boas recordações.
As crianças olham com avidez para a vitrine de brinquedos de todos os tipos e para todas as idades, imaginando o que irão ganhar do Papai Noel e, houve um tempo que todas as crianças esperavam ansiosamente por ele, enviando cartinhas com seus desejos e esclarecendo o quanto haviam sido obedientes durante o ano para merecer sua visita na noite mais especial do ano.
Atualmente muitas crianças sequer acreditam no bom velhinho, a realidade vem mudando com tanta tecnologia e pouco encantamento, nem se tem tempo para sonhar como outrora.
Lembro que ficávamos imaginando que hora ele passaria em nossa casa e nos esforçávamos para ficar acordados, entretanto, a ansiedade era tanta que acabávamos dormindo e às vezes erámos acordados por nossos pais para, de olhos brilhantes e cheios de emoção, abrir nossos presentes e como era maravilhoso ver que nossos sonhos haviam se tornado realidade quando abríamos os pacotes coloridos e lá encontrávamos aquilo que tanto almejamos durante o ano. O esforço nos estudos e nos afazeres domésticos, auxiliando os mais velhos era uma obrigação, assim além de colaborar também aprendíamos e nos tornávamos úteis para eles e para nós num futuro próximo. Nossos boletins escolares eram acompanhados mensalmente por nossos pais que inclusive se atentavam para as informações dadas pelos professores quanto a nossa aplicação nas aulas e nosso comportamento e, era assim que conquistávamos o direito de pleitear nossos presentes natalinos.
Isso não quer dizer que todos podiam usufruir dessa alegria, afinal sempre houve em todos os tempos àquelas famílias que lutavam para manter com dignidade o sustento do lar, sem se permitir oferecer presentes caros para os filhos, por melhor que fosse o comportamento no lar e na escola.
Nem por isso havia reclamação, todos entendiam as explicações que os pais davam de maneira simples durante o correr do ano e, percebiam o esforço dos pais para que nada faltasse, mesmo que fosse o uniforme simples, na maioria das vezes comprado na feira por preço mais acessível, os livros adquiridos no sebo, de segunda mão, mas sempre em bom estado e que certamente serviria outras crianças nas mesmas condições no outro ano.
Conforme se aproximava o final do ano, íamos sendo liberados na escola para as férias e com elas a alegria de poder brincar na rua com os colegas da vizinhança, cientes de que ao primeiro chamado de nossa mãe devíamos nos recolher.
Vivíamos a realidade da vida e de nada reclamávamos a não ser encerrar nossos folguedos para tomar banho e se preparar para o jantar em família.
Muitos de nós teve essa infância doce e maravilhosa, cheia de sonhos com os pés firmes no chão, nossos pais de maneira simples nos mostravam o caminho que deveríamos seguir e, obedientes ficávamos felizes com o direcionamento, que nos conduzia sempre com segurança pelas estradas que iriamos trilhar.
Esta época do ano tem um cheiro especial, o céu tem um azul que encanta e faz as lembranças aflorarem em nossa mente num misto de alegria e saudades...
Oxalá as crianças de hoje possam como nós ter a memória carregada de boas lembranças num tempo vindouro...