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Jornal Diário de Suzano - 05/11/2024
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Coluna

Idosos de um novo tempo

05 novembro 2024 - 05h00

No tempo de nossos pais estávamos acostumados a desde cedo chamarmos as pessoas mais velhas de senhor e senhora, independentemente da idade, para a mulher bastava que fosse casada e o homem adulto.
Assim parece que todos se tornavam velhos rapidamente, ninguém protestava pela maneira como eram designados, pois, era fato normal e corriqueiro. 
Olhávamos para nossos pais e para todas as pessoas mais velhas com muito respeito, afinal, entendíamos que o conhecimento deles era muito superior ao nosso, sua vivência, experiência e a idade os tornavam dignos dessa reverência.
Aos quarenta anos com os cabelos com alguns fios brancos as pessoas já eram consideradas idosas e com algumas mechas brancas mais aparentes já eram velhas...
O tempo é inexorável e caminha para todos nós, então crescemos e também nos tornamos adultos, vimos nossos cabelos branquearem, para uns mais rapidamente que outros, mas não era isso que fazia nos sentir mais velhos ou experientes, continuávamos aprendendo num mundo em plena evolução e carregado de novidades em todas as áreas.
A maioria de nós teve acesso às universidades, a simples formatura do colegial já não era suficiente para completar um currículo e ter a chance de um bom emprego, era necessária a formação superior, então esse caminho foi se tornando natural.
É certo que não foi fácil esse caminhar, as universidades públicas na maioria mantinha cursos que ocupavam o dia todo, mas precisávamos trabalhar para nos manter, só alguns podiam usufruir do privilégio de serem mantidos pela família. Então as faculdades particulares começaram a surgir e com o tempo eram já em grande número, espalhadas por todas as cidades, facilitando o ingresso dos estudantes em locais mais próximos de suas residências e trabalho, em horários que facilitavam para acesso para todos, podíamos escolher o período matutino e o noturno, sem grandes dificuldades, o que tornava a possibilidade de se formar muito mais facilitada. O curso de medicina e as ciências médicas continuavam a exigir tempo integral e como hoje eram amplamente disputadas as suas vagas. Atualmente nossos cabelos permanecem com suas cores naturais por muito mais tempo, pois, apesar de continuarem branqueando com o avançar da idade, podemos tingir, mesmo quando ainda não é necessário e, deixa-los brancos é bem aceito por todos.
Com tantas normas de garantia de direitos, a idade nos dá algumas regalias, temos prioridade nas filas, nos atendimentos médicos, nos estacionamentos, coisas que em outros tempos não eram sequer imaginadas. Temos disposição, mantemos uma alimentação mais adequada para a idade, temos facilidade para buscar os cuidados da medicina, que somados aos exercícios físicos nos permitem ter uma vida mais saudável isso parece nos tornar idosos mais produtivos e felizes. Infelizmente também vemos o desrespeito do governo para com aqueles mais desprovidos que se obrigam a carregar pesados fardos de reciclados pelas ruas para ter uma situação um pouco melhor ou mesmo para ter o básico para sobreviver, visto que a aposentadoria é minguada e insuficiente para mantê-los, até porque esses em sua maioria tem a saúde depauperada e precisariam ter acesso mais facilitado aos meios de mantê-la, o que na realidade não ocorre. Tempo de repensar muitas atitudes...
Que não só o governo, mas que alonguemos o olhar e busquemos alternativas para melhorar as condições de vida para todos...