Eu, como uma mulher de 64 anos, chefe de família, já vi muitas crises e tive que me readaptar e me reinventar muitas vezes em momentos difíceis. Mas aprendi uma lição valiosa, a crise passa e o mundo novo chega. E nós? Nós sempre nos adaptamos.
Dentro dessas crises econômicas da minha fase adulta vivenciei Plano Collor, que foi avassalador, deixando os brasileiros perplexos com pouco dinheiro em suas contas bancárias do dia para noite.
Também estava lá entre todos os brasileiros que antes da chegada do plano real, enfrentavam uma inflação de 3.000% ao ano que nos deixavam desorientados. Era preciso comprar e fazer estoques de produtos, pois no mesmo dia os preços oscilavam diversas vezes.
Vejo que os jovens, que não vivenciaram crises estão desorientados, e até diria que muitos estão em pânico por conta do resultado da pandemia do coronavírus. E não seria para menos, estamos diariamente falando de taxas de desemprego, de recessão e de um mundo incerto pós pandemia.
Ouvi um podcast muito interessante do José Galló, presidente do conselho das Lojas Renner. Ele como empresário já viveu outras crises e, define a nossa reação para o momento atual em 4 etapas distintas: pânico, realidade, solidariedade e solução. Na visão dele, passaremos pelas quatro fases e precisamos saber como agir em cada uma para sair delas.
Na fase do pânico, as pessoas ficam assustadas por conta de tantas incertezas, depois vem a fase da realidade, onde a gente consegue organizar as ideias e a tomar medidas práticas. A terceira fase é da solidariedade, onde as pessoas se perguntam o que fazer para ajudar uns aos outros. E por fim a fase da negociação, quando o mínimo de normalidade se instaura. É quando todos precisam negociar e tomar atitudes para que a normalidade volte aos poucos.
Acredito que, no momento, estamos transitando entre a fase da solidariedade e a fase da negociação. A realidade já chegou ao Brasil em praticamente todos os lugares, estamos lidando com quarentena, possíveis lockdown e mortes ao nosso redor. A realidade está mais do nunca presente, mas também estamos mais solidários uns aos outros. As campanhas vão desde incentivo ao consumo em pequenos negócios, a união para levar o mínimo de saúde e higiene a lugares onde o saneamento básico não existe.
Estamos distantes de uma solução para essa crise de saúde e econômica que estamos vivenciando, mas uma coisa que a pandemia nos trouxe foi escancarar que precisamos sim repensar o nosso jeito de viver, nossa sociedade e nossa cultura de consumo. Uma coisa é certa, essa crise, como as outras que passamos, nos fará mais preparados para novos tempos, mais críticos, eficientes, solidários e fortes.
Portanto jovens, dado a nossa existência posta de que apenas o presente se vivencia, sim, vocês ainda passarão por outras crises, sendo elas de âmbito mundial, nacional ou até mesmo pessoal. Sendo assim, mais do que nunca estamos sendo obrigados a lidar com o poder do agora; com o que eu devo fazer hoje para minimizar os impactos futuros, unindo ao que eu consigo fazer no momento para sobreviver a isso.
Tenha certeza, no hoje e agora, pois podemos sempre buscar o conhecimento e acrescentar algo a nós e ao próximo, a cada dia.