No próximo 22 de março comemoramos o Dia Mundial da Água e os órgãos competentes das prefeituras estão preparando várias ações a serem realizadas durante a Semana da Água, com palestras, debates, workshops que abordam o consumo, o reuso, a poluição e a preservação da água. Como queríamos ver água nova sair das torneiras, água nova nos riachos da cidade, água nova para o povo do sertão. É tão dilacerante a grave situação da água no Brasil e no mundo inteiro que precisamos ter muito cuidado quando dela fazemos uso doméstico, agrícola ou industrial. Incomoda, também, a situação de comprar garrafões de água, pois a que sai da torneira se encontra sem o necessário tratamento ou é necessário beber água filtrada.
A água, um bem comum, como o ar, não está ao alcance de todos.
A falta de água no Nordeste é a praga maior da história do Brasil. Os carros-pipa e as cisternas, substituem a falta de encanamento de água. Na terra do sertão, ainda carente de recursos, se empreende uma batalha pelo pão, pela água, pela humanização e alfabetização. Vivemos num país que encanta com o sussurro das águas, com tanto verde a ser preservado nas suas florestas, mas com problemas de saúde que deixam o povo viver na dor, à espera de ver o Brasil se transformar num novo paraíso. Chega nas casas a boleta da água para pagar, mas não chega nas torneiras a água com qualidade. Os meios e as estações de tratamento e transformação da água em água potável, são muito limitados ou inexistentes.
A saúde depende da água. A maioria das doenças do planeta são causadas pelo uso de água imprópria para seu consumo humano. À água potável é fundamental para a vida. Não há povo sadio sem água de qualidade para seu consumo.
Água, terra, ar, comida, são dons de Deus, são direitos de todos. Precisa mobilizar-se para que esse direito da água para todos e com qualidade seja efetivado para as gerações presentes e futuras. Por isso não podemos aceitar que as grandes empresas queiram impor o valor econômico da água. Parece ser produto de mercado. Mas não é. Por Deus não é.
Reduzir a água a uma mercadoria, significa ter uma visão distorcida, reduzida e contrária ao Plano de Deus. A água não pode ser mercadoria. A água é um bem de todos.
A Pastoral da Ecologia da Diocese de Mogi das Cruzes, dias após dia, com a cara nos cartazes, panfletos, faixas e caminhadas, vem avançando nas ações ecológicas.
Trata assuntos como o da água e daquilo que diz respeito ao verde e ao meio ambiente ou até, o que antes estava apenas contemplado na Bíblia e na ordem divina de cuidar da Criação, hoje, a Pastoral da Ecologia quer transformar a água, o ar, a terra, de sinais de morte em elementos de luz, para a vida de todos os seres humanos.