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Jornal Diário de Suzano - 03/12/2024
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Coluna

O caminho é a reindustrialização

01 agosto 2024 - 05h00

A indústria é um dos principais braços de desenvolvimento de um país. Ela gera empregos de qualidade, é a porta para a criação de novas tecnologias e produz divisas para o Brasil. Por isso, a importância de se investir em seu crescimento, cenário que tem se mostrado o inverso nas últimas décadas.
O setor industrial já respondeu na década de 1980 por 22% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, atualmente esse percentual está na casa dos 12%. O recuo nesta participação é resultado de uma série de fatores que incluem, em especial, um velho conhecido: o Custo Brasil, somado, é claro, à dificuldade de obter crédito e financiamento, além dos juros altos e do desequilíbrio fiscal.
O caminho para retornar aos números iniciais e avançar na produção é desafiador, mas não inatingível. Um dos primeiros passos é investir seriamente na educação, como aponta o ranking World Talent publicado pela International IMD (Institute for Management Development), que mede a capacidade de um país atrair e reter empresas.
No levantamento que conta com 64 nações, o Brasil está na penúltima posição. A principal diferença entre o primeiro colocado, a Suíça, e o País é o investimento público anual em educação pública. Enquanto o líder do ranking destina US$ 26 mil por aluno a cada ano, o Brasil investe apenas US$ 1,9 mil.
A educação de excelência passa, ainda, por investimentos na área de pesquisa, pois o conhecimento contínuo é a base de uma indústria moderna e tecnológica. Na lista de soluções para a reindustrialização estão também as mudanças de mentalidade, a criação de materiais avançados - para que o Brasil sai da posição de simples exportador de matéria-prima -, o desenvolvimento sustentável por meio da economia circular e o reposicionamento das cadeias regionais de fornecimento, situação que o Alto Tietê tem uma grande vantagem.
A região, que tem na diversidade produtiva sua grande aliada, consegue desenvolver parcerias entre as indústrias presentes no próprio território, o que reduz as distâncias e os custos para as empresas. Sem contar a localização estratégica do Alto Tietê que é cortado por importantes rodovias, e vizinho de portos e aeroportos. 
Mas para mudar o jogo é preciso pensar em políticas de longo prazo que superem mandatos e sejam perenes. A reforma tributária é um dos exemplos que é possível buscar soluções. A alta carga tributária brasileira sempre foi um fantasma para a economia, mas mesmo com a aprovação das mudanças, o temor ainda não foi completamente exorcizado.
As exceções contempladas no Projeto de Lei Complementar que inicia a regulamentação da reforma tributária trazem preocupações, pois o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) poderia ter valor muito menor do que o estimado de 26,5%, situação que queremos crer que sofra algum ajuste.
A lista de pontos que precisam ganhar atenção para apoiar o processo de reindustrialização é grande, mas é preciso começar de algum lugar, pois as vantagens com certeza superam as dificuldades e retomar um ambiente de negócios pujante é sinônimo de desenvolvimento nacional. 
José Francisco Caseiro é diretor do Sistema Fiesp/Ciesp no Alto Tietê