Há 60 anos surgia o Diário de Suzano (DS), o mesmo tempo que tenho de vida. Acompanho esses passos junto aos meus. Apaixonado pela história e pela memória, aliás agora todo acervo do DS se encontra na Secretaria de Cultura, lembro-me de muitas histórias e acontecimentos que foram noticiados pelo jornal.
Acontecimentos políticos, sociais, tragédias, acidentes e num tempo remoto, os pouquíssimos crimes da nossa cidade. Quando algum crime ou alguma tragédia acontecia, era uma grande surpresa que impactava toda sociedade.
Foi assim com o assalto a banco na cidade pelo grupo do Marighella, com o acidente do trem dos estudantes, em frente à "Fongra", antiga Hoescht e hoje Clariant, o homem que caiu do avião da TAM na Fazenda Viaduto, além da morte de políticos, personalidades de famílias tradicionais que fundaram a cidade e outros que se instalaram aqui. Seu Thadeu José de Moraes, fundador do DS, foi um visionário, político que foi, vereador na emancipação e presidente da Câmara, sentiu a necessidade de registrar os fatos, e assim o fez.
Neste tempo remoto, anos 70, 80, andar pela General Francisco Glicério, Benjamim e nas praças, João Pessoa e dos Expedicionários, era um grande passeio. Encontrávamos amigos por toda calçada, os comerciantes, bar "Meninão" do Ticão, bar Titão, restaurante Princesa, bar "O Machão", datilografia do Tiquinho e do Nino, Spell Modas, Bazar Central, Koxixo, Escola Justiniano, baile do Marcão no Sindicato Rural, 101 do Zé Renato, eram os pontos de encontro da galera. Praticamente todo mundo se conhecia.
Vivíamos numa cidade do "interior", 70, 80 mil habitantes. Hoje com mais de 300 mil, deixamos de ser rural e passamos a ser cidade urbana. O jornal Diário de Suzano que saía duas vezes por semana, passou a ser diário, diante de tantas notícias. As colunas policiais passaram a ser páginas, dado o aumento da criminalidade. Os tempos são outros, surgiram diversos jornais e meios de comunicação, rádio, TV, blogs...
Hoje andar na Glicério é como andar em uma grande metrópole, não encontramos mais os amigos e os comerciantes da cidade deram lugar a grandes grupos empresariais. No máximo conhecemos algum gerente ou algum atendente.
Saudade da minha cidade de outrora, mas sigamos em frente e construamos o futuro. E que bom que existiu e existe o Diário de Suzano para registrar essa história tão bonita e apaixonante daqueles que de alguma forma fincaram o pé nessa terra.