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Jornal Diário de Suzano - 20/10/2024
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Coluna

Famílias Antigas Marcam

05 outubro 2024 - 05h00

Tenho passado os últimos meses em tratamento da visão. Tive alguns problemas, mais e menos complicados, mas estou finalizando tantos desses cuidados. E nesse tratamento fui em Mogi das Cruzes, justamente no Centro Boucault de Oftalmologia, na Vila Oliveira. Um espaço de qualidade, em pessoal e equipamento. Meu médico, o Dr. Dalmo Kitakawa, a quem tenho carinho e admiração, filho de uma colega professora, que me acompanha já faz uns bons aninhos, decidiu fazer uma finalização por lá, onde também atende. Tudo correu bem. Mas o título do Centro Médico trouxe-me de volta umas tantas marcas registradas nos meus livros de História da minha Cidade de Suzano, a que dei abe rtura desses estudos há uns quarenta e tal anos. 
Indo lá para o início, publiquei o primeiro livro de história da minha querida Vila em 1994, “Suzano Estrada Real – Roteiro Emocionado da Minha Cidade”. São trinta anos de registro que a Cidade merecia. Depois, há vinte anos, publiquei outro trabalho, com o livro “Retratos de Suzano - Canto Meu Recanto”. Enfim, tudo o que pudemos foi registrado nesses meus estudos, base documental imprescindível para uma Cidade.É com isso que as pessoas fundamentam seu carinho, sua emoção, como sua razão, para preservarem um lugar que foi entrando em suas vidas.
Pois foi assim que aprendi como Suzano teve suas bases de fundação. Inicia lá pelo século XVII, com uma mina de aluvião, no local que no século XVIII vai passar a ser chamado de Baruel, nome de um rico proprietário do lugar. Cresceu tanto que em 1870 recebeu a primeira escola de toda a região do Alto Tietê. E, ao que sabemos, Debret que passou por ali pintou uma vista do local. E, claro, até por isso, com treze casas comerciais, esperava-se que a Estrada de Ferro passasse por lá. Mas isso não aconteceu. A ferrovia foi instalada em linha reta de São Paulo a Mogi das Cruzes, em 1875 com uma parada para carregarem carvão nas locomotivas na altura dos Campos dos Miramba va, que vai se chamar Piedade em homenagem a Padroeira da Capela do Baruel. E foi ali que um trabalhador português da ferrovia, Antonio Marques Figueira, decidiu batalhar para instalar junto a parada, uma vila planejada para viver com sua família. Ele contou com o apoio de três grandes família desse lugar, o Conde João Romariz, que fez o projeto de arruamento do local, que era o proprietário da fazenda que depois se tornaria o Bairro da Vila Amorim, junto com o Major Francisco Pinheiro Froez, proprietário das Fazendas Boa Vista e Revista, com o também Major Guilherme Boucault, depois presidente do PRP de Mogi das Cruzes e fundador da primeira Loja Maçônica da Região. Politicamente conseguem que seu pedido de fundação da Vila local fosse aprovada depois da Proclamação da República, em 11 de dezembro de 1890, com nominação de ruas dos chefes republicanos., especia lmente maçons. São famílias com quem fiz amizade e tive apoio para os meus estudos. Particularmente trabalhei por anos com o Dori Boucault, na UBC. A Família Boucault, com atuação forte de seus membros, deixou marcas de seus exemplos em mais que essa centena de anos. Continuemos. 
Assim, essa “cidade” planejada, a única do Alto Tietê, recebeu então o belo nome de Vila da Concórdia, com atuação de gente da Região, o que nos exibe um lindo exemplo. Estamos vendo que alguns de nós ainda persistimos com a pretensão de nos vermos sempre juntos. Que assim seja, persista.