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Jornal Diário de Suzano - 21/09/2024
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Coluna

Minha Terra Tem Palmeiras Onde...

14 setembro 2024 - 05h00

Lembro que quando criança decorávamos e declamávamos poemas que os professores nos ofereciam para exibição em sala de aula e em eventos escolares e públicos. E gostávamos. Dava orgulho da nossa terra.
Minha terra tem seus aniversários e fico feliz de cumprimentá-la. Conheço muitos países, sei bem como é lá fora, mas sempre quis viver no meu cantinho. E é aqui que sempre me dispus a fazer o máximo e o melhor.
Um dia, lá fora, quis me preparar para o meu sonho, ser escritor. E iniciei o Curso de Letras na Sorbonne, no Instituto de Estudos Portugueses e Brasileiros. Cursei culturas diversas, latino-americanas, africanas e europeias, em especial, mas com destaque as do Brasil, como a poesia do cordel. Cursei teatro, cinema e suas expressões.
Quando uma oportunidade surgiu e pude voltar, peguei-a com as duas mãos. Tínhamos um filho nascido lá fora e minha mulher, a Cris, queria voltar em definitivo. Lá fora ela tinha um bom emprego, como professora do Sistema Português, que alfabetizava milhares de crianças portuguesas na França. Eu também estava bem, como Professor Assistente na Sorbonne. Vivíamos num belo e confortável apartamento.
Mas, sabíamos bem que o sonho era retornar a nossa terra. E um convite surgiu. O querido Estevam tinha assumido como Prefeito de Suzano, viemos a Cidade e me convidou para realizar um trabalho que ele projetava, criar a Biblioteca Municipal, que só tinha uma dezena de livros e uma única estante no antigo Paço Municipal, hoje INSS. Iniciava-se o segundo semestre de 1977. Aceitei.
Iniciei conversas com jovens susanenses e avançamos propostas. Alguns líderes se destacaram, como foi o caso do José Maria de Paula Jr, hoje um dos maiores publicitários brasileiros, residindo em S, Paulo. Outro foi o Pintor, desenhista, que dá nome ao Espaço Cultural Francisco Carlos Moriconi, falecido. Outros também surgiram e foram se adequando. Eles iniciaram campanhas nos bairros e conseguiram grande quantidade de livros, de empresas e amigos e da população em geral. Fui algumas vezes e vi, muita gente nas casas davam livros, especialmente didáticos e literatura. Alguns iam de carro nos Bairros, lembro especialmente do SESC, enchíamos cestas com livros nos carros e levávamos para as instala& ccedil;ões da Biblioteca, que ficavam no prédio ao lado do Paço. Fui muitas vezes a S. Paulo e conversando com gente das secretarias conseguia também boas doações. Entrei em contato com a Fundação Dorina Nowill e conseguimos a segunda biblioteca da Grande S. Paulo com livros em Braille, que se mantém até hoje. Os padres irlandeses que conduziam a paróquia susanense ajudaram muito, usamos bem o Salão Paroquial em exposições e apresentações musicais. Conseguimos que a empresa de ônibus fosse buscar alunos nas escolas e funcionários nas empresas para assistir exposições e musicais. Certa vez precisamos trazer um piano de cauda para uma apresentação e a empresa NSK conseguiu um caminhão fechado para trazê-lo de S. Paulo. As pessoas colaboravam muito. Uma Suzano encantadora. 
Com tanto disso como deixar de comemorar as Datas Locais? Estaduais? Nacionais? Hoje São Paulo tem sua Data Magna, mas quem lembra disso? E as datas nacionais? Só servem como feriado para protestos políticos?
O que fazemos nas escolas em relação a esses aprendizados? Precisamos resgatar nossas conquistas.