Há poucos meses ouvi lamentarem a falta do Outono, já imaginava que o Inverno nos escaparia com o ataque do Oceano Pacífico pelo El Niño e a La Niña. Estamos nos aproximando do que seria o inicio do Inverno que se esconde, se exibindo muito modestamente. Já passei muitos Invernos bem severos na vida, não sinto tanto a sua falta. Sempre amei São Paulo pela sua qualidade de mediano. Nunca foi dos torrantes 40º C do Rio de Janeiro nem dos congelantes Invernos gaúchos. O meio termo nos equilibra. Mas, como negar? O mundo está aquecendo muito rápido e em 30 anos poderemos ter problemas graves no nosso litoral, esse que alguns querem privatizar. Na verdade, não consigo escrever sobre tudo o que me pedem. Vou tentando. Em conversas ouvimos e dizemos muitas coisas das nossas emoções. Não vejo como coisa ruim, bem ao contrário. Faz um tempo me pediram para lembrar que Suzano exibe o “maior comércio de rua” de todo o Alto Tietê. E algumas coisas precisariam ser feitas. Uma delas seria diminuir, no mínimo, uma faixa de carros (ao menos uma!...) para alargar as calçadas da Avenida Francisco Glicério. E, claro, num negócio organizado entre a ACE com a Prefeitura, refazer as calçadas, que se tornaram muito perigosas, com tantas quedas de pedestres. Isso em especial na área entre a Praça João Pessoa e a Praça dos Expedicionários.
Mas, mesmo sobre isso também ouvi gente comentando que ante o aumento de uma certa classe média na Cidade, podendo comprar seu automóvel, cresceu muito o número de carros por aqui. Com os seus acidentes e outras contribuições. Ante isso, muitos reclamariam. Enfim, mesmo nessa linha, entendo igualmente que, com um pouco de vontade, isso também poderia ser negociado com a população. Pelo que sinto, a maioria dos nossos 300.000 habitantes aprovaria a ideia. Enfim... Estamos por cima do Dia do Meio Ambiente, coisa que desde o século passado me envolve. Em 1972, na França iniciei um Curso de Planejamento Urbano, no Instituto de Demografia, com a Cadeira de Defesa do Meio Ambiente. E tive a felicidade de ser um dos fundadores do Conselho de Meio Ambiente de Suzano, o que também faz bastante tempo. Por mais de trinta anos dei destaque à Sustentabilidade na prática escolar. E esse momento me trouxe à memória reivindicações populares que nem sempre as autoridades concordavam, entre elas pediram o plantio de árvores nas calçadas no trecho da nossa Cidade Planejado em 1890. Pelo menos da Av. Prudente de Morais a R. Mirambava, ou mais um tanto. Eu mesmo tentei por anos o plantio de árvores ladeando a pista de corrida do Parque Max Feffer. Seriam árvores que florescem em meses diferentes. Só de ipês com cores diversas teríamos uns cinco meses iluminando o percurso e poderíamos acrescentar mais, como manacás e outras. Nunca consegui, mas sei que encantaria. Num 5 de Junho, há 33 anos minha mãe se foi. Ele amava animais e plantas. Saudades. A marca permanece. Ah, gente, temos tanto ainda a fazer para nós mesmos!