Sei bem que muita coisa vai mexer com a gente nesta temporada que se inicia agora. Sabendo disso, nem adianta ficar ansioso ou depressivo. O que tiver de vir virá, com nossa vontade ou não. Então não vamos parar com nossos sonhos. De modo algum. Vamos nos projetando sempre mais a frente.
Tenho minhas marcas, que algumas até puderam ser doloridas, mas também tenho outras que me trouxeram transformações muito positivas. Perdi meu pai num 31 de dezembro, o de 1973. Vivia na época na Europa, sem mesmo saber que ele estava doente. Ele nem queria que eu soubesse. Meu irmão Waldir me escreveu uma carta relatando todo mal uns tantos dias depois. Construí um poema logo ao ler a carta. Meu pai muito cuidou de mim, mesmo que por tanto tempo tivéssemos pensamentos diversos. Mas depois nos damos conta que repetimos um bom tanto daquilo que contestamos em tempos imaturos. Hoje meu pai cada vez que me chega vem ao meu coração com um carinho vasto que me toma . Uma boa lembrança de aprendizado para o ano que me chega.
Pois é, ainda vivendo na Europa, tive a felicidade de receber meu primeiro filho, num dia 2 de janeiro, o de 1976. Tinha me preparado com o pré-natal, e assim, me foi permitido assistir todo o parto. O garoto que chegou com seu tanto prematuro tinha um bom peso, boa altura e vinha saudável. Sabia de amigos que tinham desmaiado ao assistirem partos, mas eu segui bem. Depois, ele pode ir para o quarto, ficando com a mãe. A lei francesa de então exigia que mãe e bebê ficassem na maternidade por dez dias, cumprimos. Eu tive de ir para a minha casa. E no caminho me desfiz de uma pulseira de aço que trazia fazia anos, onde estava escrito a expressão latina “delenda&rd quo;, de uma cabeça revolucionária. Mudei tudo dali em diante, para uma cabeça reformista. O ano que me chegava com meu filho trazia vontades que me permitiam observar melhor um bom tanto a minha volta. Com muito mais equilíbrio. Uma nova vida me exibia um novo mundo a ser percebido e compartilhado. Aprendi muito com meu pai e com meu filho. Jamais vou olvidar, jamais vou afastar, esse tanto que adquiri. Minha vida foi sendo acrescentada de aprendizados a cada novo tempo. Como fingir que não entendi?
Por que perdermos a esperança do que pode passar a se exibir diante de nossos olhos? Cada tempo nos oferece um tanto de novo, não devemos nos recusarmos a paginar tais propostas. O mundo é de novos encantamentos. Temos de visualizá-los, então coloquemo-nos disponíveis para tais identificações. Que o nosso pensamento se disponibilize positivamente ao que se oferece em nossa vida. Se nós tivermos de enfrentar algo, se estivermos dispostos, venceremos, é inegável. Então, por que deixarmos de nos oferecer ao tanto de positivo que possa nos conquistar? Não estamos aqui para nos recusarmos ao mundo novo. Ele sempre pode ser melhor. Nossa postura pode contribuir muito. De queremos um mundo melhor temos de contribuir com nossa conduta. Podemos transformar o mundo, sim! A vida que se nos oferece é um processo a que somos convidados também a contribuir. Temos sempre um tanto a agregar. Temos de nos colocarmos disponíveis ante o novo e melhor mundo que se aproxima. Faça a sua parte!