A dureza do coração

Imaginemos um mundo em que cada um faz e cumpre as suas próprias regras; um mundo em que as leis estabelecidas não são consideradas, em que os valores humanos não são respeitados, em que os grandes e poderosos fazem as regras às quais todos devem se curvar. Que mundo é este? Está aí. Esse contexto não é novo na história da humanidade. Os dias são maus. O apóstolo Paulo há mais de 2000 anos já falava sobre a difícil condição do mundo e a postura do cristão diante dessa realidade. "Portanto, prestem atenção na sua maneira de viver. Não vivam como os ignorantes, mas como os sábios. Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm. Não ajam como pessoas sem juízo, mas procurem entender o que Deus quer que vocês façam. Não se embriaguem, pois a bebida levará vocês à desgraça; mas encham-se do Espírito de Deus. Animem-se uns aos outros com salmos, hinos e canções espirituais. Cantem de todo o coração hinos e salmos ao Senhor. Em nome do nosso Senhor Jesus Cristo, agradeçam sempre todas as coisas ao Pai". (Efésios 5:15-20) 
Só conseguiremos resistir aos dias maus que estão aí, se estivermos cheios do Espírito Santo. É Ele o Consolador, o que convence do pecado, da justiça, do juízo; quem nos guia em toda a verdade, não permitindo que sejamos confundidos ou enganados. Ser cheio do Espírito Santo é ter um estilo de vida caracterizado pela adoração sincera a Deus, em espírito e em verdade. Cheios do Espírito Santo podemos louvar o Senhor, orar, interceder pelos outros, encorajar e animar uns aos outros, ter um coração sempre agradecido. Em geral, as pessoas se embriagam para esquecer os seus problemas, para fugir da realidade, obtendo uma certa alegria, que dura por pouco tempo. É uma alegria artificial, que vai exigindo doses cada vez mais fortes, transformando-se em vício. A alegria dada pelo Espírito Santo vem da presença do Espírito em nós, é de dentro para fora. 
As pessoas estão vivendo nesse mundo como se não tivessem que prestar contas. Mas o dia da prestação de contas chegará. A conta sempre chega. Nos dias de Noé, quando a violência, a maldade e a corrupção estavam espalhadas por toda a terra, Deus mandou um juízo de destruição, que foi o dilúvio. Nos dias de Abraão e Ló, houve terríveis acusações contra Sodoma e Gomorra, levando Abraão a interceder pelos justos que seriam também atingidos pelo juízo de Deus. Mas havia poucos que não haviam se corrompido. Apenas a família de Ló foi poupada. Que ninguém se engane. "Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o homem semear, ele há de colher. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna". (Gálatas 6:7-8) Deus é um Deus de amor, graça e misericórdia. Ele não tem prazer no mal do homem. Ele quer o nosso bem. Mas chega um momento em que Ele diz - "Basta!". Que nenhum de nós ouça isso de Deus! O povo hebreu, no deserto, murmurou e se rebelou contra os seus líderes e contra o próprio Deus. (Números 14:1-25) Esse povo já tinha visto Deus operando milagres e maravilhas. O que faltava, então? Era um povo de dura cerviz. Povo de coração duro, resistente, irredutível. Diante da rebelião, mesmo com a intercessão de Moisés, houve um juízo de Deus para o povo: nenhum deles entraria na terra prometida, com exceção de Josué e Calebe, que se mantiveram fiéis e íntegros. (Números 14:23-25) Cuidemos para nos mantermos íntegros diante da maldade. Olhemos para os padrões de Deus e não para os do mundo. Lembremos de que a conta sempre chega!