Desejamos a paz. Mas, na maioria das vezes, não estamos dispostos a pagar o preço por ela. Haja vista a situação em que se encontra o mundo - por todos os lados conflitos, guerras, evidências de que nos afastamos cada vez mais da sonhada paz. A paz está associada a um estado de calma e tranquilidade em que não existem conflitos violentos. Nós precisamos desenvolver a cultura da paz; precisamos de ambientes de paz! Mas não é isso o que temos visto e vivido. Quantas pessoas inocentes têm morrido no Brasil, vítimas de balas perdidas, nas guerras urbanas! Nesses dias acompanhamos o caso de uma médica da Marinha que em seu ambiente de trabalho foi atingida por uma bala perdida, vindo a morrer. Crianças e adolescentes são atingidos por essa onda crescente de violência todos os dias! Existem até as guerras de narrativas, que geram muita confusão. A sociedade caminha em direção à ditadura do pensamento único, em que pensamentos e opiniões divergentes não são respeitados. "Ou pensam como eu penso, ou não podem fazer parte do mesmo grupo, da mesma turma, da mesma família". Infelizmente, cada vez mais as pessoas só querem ler, ouvir, ver, aquilo que confirma as suas próprias convicções.
O Messias Prometido foi chamado pelo profeta Isaías de "Príncipe da Paz". "Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele será chamado de "Conselheiro Maravilhoso", "Deus Poderoso", "Pai Eterno", "Príncipe da Paz". (Isaías 9:6) Por ocasião do nascimento de Jesus os anjos cantaram hinos de louvor a Deus, dizendo: - "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade". (Lucas 2:14) Para haver paz é necessário que exista boa vontade. Vivemos em um mundo onde o egoísmo prevalece, infelizmente! As pessoas estão intolerantes, resolvendo os seus conflitos à base da força e da violência. Mas Jesus veio nos trazer a paz. "Deixo com vocês a paz. É a minha paz que Eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos nem tenham medo". (João 14:27) Essa paz que Jesus nos deixou é aquela que cria condições de serenidade, mesmo diante dos conflitos. Ela está associada à confiança, à esperança, à sabedoria, ao equilíbrio em meio às pressões. Só em Jesus encontramos a verdadeira paz!
Quando temos a paz de Cristo em nosso interior, fazemos a nossa parte para promover a paz. Isso tem um preço. É aí que entra a boa vontade. O nosso mundo precisa de "boa vontade" em todos os sentidos. Precisamos de "boa vontade" para aceitar as diferenças, para perdoar, para dividir, para compartilhar e ajudar. Nesses tempos em que estamos vendo por quase todo o mundo um clima de guerra e destruição, vamos nos esforçar para que esse quadro fique diferente. Podemos, sim, onde estamos, fazer a diferença. E o que isso tem a ver com a fé? Tudo. Não dá para ser cristão sem se importar com o próximo. O problema básico do homem em relação à paz não é causado pelas circunstâncias em si, mas pela dureza de seu coração. Até que este seja plenamente transformado por Cristo não haverá avanços na busca da paz, porque o homem quer sempre fazer valer a sua vontade a qualquer preço. Quem está disposto a andar a segunda milha? Sob a dominação dos romanos, os judeus poderiam ser recrutados para carregar a bagagem de um legionário (soldado), que se encontrasse em viagem, até o limite de uma milha. É fácil imaginar a revolta que tinha esse israelita por ser obrigado a caminhar ao lado de um "gentio" arrogante uma milha de estrada poeirenta de sua terra natal. Era um caminho de humilhação. Quando Jesus trouxe o ensinamento da segunda milha, Ele estava dizendo que precisamos ser mais pacientes, mais longânimos e tolerantes uns com os outros. As grandes guerras começam nas pequenas guerras de cada dia. Sejamos os promotores da paz que desejamos ver no mundo!