Há uma semana o nosso pai foi chamado para a plenitude da vida eterna com Jesus. Sofremos com a separação temporária, com a falta da presença tão importante da pessoa dele, mas o nosso espírito se alegra em Deus, porque sabemos onde e com quem ele está agora, longe de todo o sofrimento e limitações da vida terrena. No culto de gratidão pela vida dele, fomos consolados pela presença e palavras daqueles que o amavam e reconheciam o legado deixado por ele. Prestes a completar 90 anos, lúcido, ativo, dentro de suas possibilidades, pois estava cego desde os 75 anos, ele combateu até o fim o combate da fé em Cristo! Na velhice, continuou dando frutos. Como diz o Salmo 92:12-14: "Os bons florescem como as palmeiras; eles crescem como os cedros dos montes Líbanos. Eles são como árvores plantadas na casa do Senhor, que florescem nos pátios do Templo do nosso Deus. Na velhice, eles ainda produzem frutos; são sempre fortes e cheios de vida". Glorifico o nome de Jesus pela vida de nosso pai, Maviel!
Além de falar sobre a Palavra de Deus, o nosso pai gostava de falar sobre política, sempre muito bem informado e articulado, usando argumentos fortes e fundamentados. Aprendemos muito com ele! Ele enxergava que as políticas públicas para os idosos deixam a desejar. Sabemos que o envelhecimento da população é atualmente um fenômeno mundial, que traz consigo muitos desafios. Segundo dados da OMS, em 2050, o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões, o que representará um quinto da população mundial. No Brasil, 37,7% da população brasileira tem 60 anos ou mais. Em 2030, o Brasil terá a quinta população mais idosa do mundo (45,8%). Os idosos deram a sua contribuição para a sociedade; grande parte deles aqui no Brasil continua mantendo as suas famílias. Mesmo depois de aposentados, alguns continuam trabalhando para aumentar a renda. Viver a Terceira Idade com qualidade de vida depende muito do contexto sócioeconômico no qual o idoso está inserido. Nos países mais ricos, com melhor distribuição de renda, um idoso, após a aposentadoria bem planejada, pode usufruir essa fase da vida viajando, realizando sonhos, aproveitando para descansar, livre de preocupações com a sua subsistência. Todavia, essa não é a realidade de grande parte dos idosos pelo mundo afora, tão pouco aqui no Brasil. Por isso, os governos têm que construir com a sociedade políticas públicas, uma rede de proteção social, que ofereçam a essa população melhores condições e recursos nessa fase da vida.
A Bíblia nos ensina a cuidar dos idosos. Quando nossos pais envelhecem, percebemos o quanto esse ensinamento é importante e pertinente. Em I Timóteo 5:8, o apóstolo Paulo nos adverte sobre isso - "Mas se alguém não tem cuidado dos seus e, principalmente, dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o incrédulo". Quantos idosos estão sendo abandonados e negligenciados quanto aos cuidados por parte de seus filhos e de seus parentes mais próximos! Não é fácil envelhecer. Conforme os anos vão passando, constatamos essa verdade. E, todos nós, se não morrermos antes, passaremos pela velhice. E por mais que tenhamos cuidados preventivos com a nossa saúde, haverá um momento em que dependeremos dos cuidados dos filhos, parentes ou, até mesmo, de terceiros. Com a vida de correria que temos hoje, muitas famílias têm dificuldades para administrar essa situação de tal forma que os idosos sejam assistidos em suas necessidades. Carinho e atenção são essenciais. A igreja primitiva teve preocupação com os idosos, viúvas, órfãos, pobres, doentes, servindo como uma agência de serviços sociais. Ao honrarmos, acolhermos, cuidarmos de nossos idosos, estamos servindo a Deus também! Que possamos honrar os nossos idosos até o fim!