Suzano está marcando presença em importantes exposições relacionadas à arte afro-brasileira. O artista plástico Diogo Nógue exibiu suas ilustrações no Museu de Arte Moderna (MAM), no Parque Ibirapuera, zona sul de São Paulo, entre o fim do ano passado e o início deste mês; e o trabalho da artista plástica Elidayana Alexandrino está em exibição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), até o dia 29 de abril. O espaço está localizado na rua Álvares Penteado, 112, no centro histórico de São Paulo.
Moradora de Suzano há 31 anos, Elidayana participa da exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira”, de curadoria de Deri Andrade, que reúne 61 artistas e 150 produções, incluindo pinturas, fotografias, esculturas, instalações, vídeos e documentos abordando uma variedade de temáticas, técnicas e descritivos, distribuídos pelos cinco andares do CCBB. A representante disponibiliza ao público uma instalação interativa com três vídeos e 135 imagens impressas em papel fotográfico para serem manuseadas.
A obra é um desdobramento da pesquisa artística e educativa “Narrativas que se encontram”, que a artista desenvolve há oito anos, apresentando imagens das mais diversas expressões artísticas que dialogam entre si. Já a exposição é uma continuidade do Projeto Afro, em desenvolvimento desde 2016 e lançado em 2020, que hoje reúne cerca de 300 artistas catalogados na plataforma. São nomes que abarcam um vasto período da produção artística no Brasil, desde o século 19 até os contemporâneos nascidos nos anos 2000.
“Cinco eixos, cinco artistas”. Assim foi desenhada a exposição que, a partir de cinco nomes centrais, revela diferentes épocas e discussões, contextos, gerações e regiões. De grande abrangência, a mostra percorreu do período pré-moderno à contemporaneidade e discute eixos temáticos em torno dos artistas negros emblemáticos Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro - RJ, 1882-1922), Lita Cerqueira (Salvador - BA, 1952), Maria Auxiliadora (Campo Belo - MG, 1935 e São Paulo - SP, 1974), Mestre Didi (Salvador - BA, 1917- 2013) e Rubem Valentim (Salvador - BA, 1922 e São Paulo - SP, 1991).
Em Suzano, Elidayana Alexandrino já havia participado, no Centro de Educação e Cultural Francisco Carlos Moriconi, das exposições “Encanto: Artevivência da Afro-diáspora”, em novembro de 2023, de curadoria de Diogo Nógue; “A dor e a delícia de ser o que é”, em março de 2023, de curadoria de Kelly Ramos; “Tramas Femininas”, em março de 2022, de curadoria de Beatriz Ataidio; e “Só a Antropofagia nos une (?) - Ocupação Centenário de 22”, em março de 2022, no Teatro Municipal Dr. Armando de Ré. Como curadora, ainda promoveu, também no Moriconi, as exposições “Criação”, em março de 2021, e o “Corpo que é meu Outro”, em março de 2020. A organização das exposições também contou com a participação da coordenadora de Artes Plásticas, Aline Baliberdin, da Secretaria Municipal de Cultura.
Diogo Nógue
Diogo Nógue, que atuou como professor na rede pública de ensino suzanense, no ensino fundamental, de 2016 a 2023, apresentou suas ilustrações, entre 20 de outubro do ano passado e 3 de março deste ano, na exposição “Mãos: 35 anos da mão afro-brasileira”, de curadoria de Claudinei Roberto da Silva. A temática buscou abordar a saúde mental dos homens negros e as problemáticas da violência e do racismo. Para tanto, foi utilizada a técnica do nanquim e das hachuras, que dão um tom de sombra para a construção das imagens.
Esta exposição teve o objetivo de celebrar a memória de Emanoel Araujo, criador do Museu Afro Brasil e que hoje recebe seu nome. Falecido em 7 de setembro de 2022, ele catalisou, a partir da sua pioneira atuação, a vontade de todos os que desejam a promoção da cultura afro-diaspórica, por entendê-la parte valiosa de um patrimônio que pertence a toda a humanidade.
A participação do artista plástico suzanense se soma a outras exposições na qual ele esteve envolvido, como o “Festim Canibal” de curadoria de Xica Lima, em junho de 2022, no Centro Cultura Moriconi; e o “Encanto: Artevivência da Afro-diáspora”, realizada também no Moriconi, em novembro de 2023, em que ele foi o curador.
A secretária municipal de Cultura, Márcia Belarmino, destacou a importância da representatividade de artistas da cidade em importantes exposições da capital paulista. “São grandes artistas que têm colaborado muito com a cultura de nossa cidade por meio da participação e curadoria de exposições. A presença de suas produções em grandes eventos, em locais que são referências da arte, revela a qualidade do trabalho que vem sendo desenvolvido na cidade”, ressaltou a titular da pasta.