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Economia

Nova política de Mauricio Macri traz esperança a empresários brasileiros

28 novembro 2015 - 20h50

A sinalização do presidente eleito Mauricio Macri de mudança na rota da política econômica da Argentina soou como um sinal de esperança para os empresários brasileiros. Com o novo governo e os sinais mais liberais de Macri na economia, os exportadores brasileiros veem uma chance de reconquistar terreno no país vizinho. Nos últimos anos, os exportadores sofreram com a forte crise econômica na Argentina e a série de medidas protecionistas adotadas pelo governo de Cristina Kirchner. A Argentina é o 3º país que mais compra do Brasil, sobretudo produtos manufaturados. Entre janeiro e outubro, o comércio com o país vizinho representou 6,8% do total exportado. Em 2010, a fatia argentina chegou a 9,2%. "Estamos bastante otimistas com o novo governo em função de todos os sinais que ele tem enviado. O principal deles é que considera fundamental a integração produtiva entre o Brasil e a Argentina", diz Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No 1º semestre de 2016, Brasil e Argentina vão ter de renegociar o acordo automotivo. No curto prazo, os empresários entendem que o ajuste econômico a ser feito por Macri pode ser recessivo e até reduzir a demanda por produtos manufaturados, mas a expectativa é que as medidas surtam efeito e o crescimento volte no médio prazo. "O novo presidente dá sinais de que pretende estabelecer critérios de comércio mais fluído", diz Heitor Klein, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). No auge, os empresários brasileiros embarcavam 15 milhões de pares para a Argentina. Em 2015, serão 7,5 milhões. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Rafael Cervone, a mudança de comando na Argentina deve alterar não só "a política comercial da Argentina, mas também do Mercosul". Macri já defendeu que o Mercosul avance no acordo com a União Europeia. Segundo a Abit, o setor tem 100 Declarações Juradas Antecipadas de Importação paradas, o que trava a entrada de produtos brasileiros. Hoje, a participação do produto brasileiro de têxtil e confecção na Argentina é de 18%. Em 2005, era 42%.

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