O processo de favelização é resultante de condicionantes econômicos e sociais que têm a desigualdade social presente em diversas sociedades do mundo como ponto fundamental.
Na semana passada, dados apontam que o Brasil tem 16,390 milhões de pessoas que moram em favelas e comunidades urbanas. Isso representa 8,1% do total de 203 milhões de habitantes no país, ou seja, de cada 100 pessoas, oito vivem nesses locais. Os dados fazem parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa apontou que há 12.348 favelas em 656 municípios Brasil afora.
É preciso ter um olhar importante para essas regiões e tentar garantir infraestrutura urbana e condições de vida. A favelização das áreas urbanas tem consequências diversas que implicam na perda da qualidade de vida pela população. Primeiramente, a ocupação de áreas naturais consideradas inadequadas, como encostas e margens de rios, gera inúmeros problemas ambientais, como deslizamentos de terra, aumento das enchentes, poluição dos rios, remoção da vegetação nativa, contaminação do solo, dentre outros.
Na semana passada, os pesquisadores do IBGE consideram favelas e comunidades urbanas localidades com características como insegurança jurídica da posse, ausência ou oferta precária ou incompleta de serviços públicos, padrões urbanísticos fora da ordem vigente e ocupação de áreas com restrição ou de risco ambiental.
Até o Censo anterior, de 2010, o instituto adotava a expressão “aglomerados subnormais” para se referir às favelas. Em 2010, o IBGE tinha identificado 11,4 milhões de pessoas em 6.329 aglomerados subnormais, o que equivalia a 6% da população.
Os pesquisadores advertem que é preciso cuidado ao fazer a comparação entre 2010 e 2022, pois nesse intervalo de tempo aconteceram melhorias tecnológicas e metodológicas na identificação dos recortes territoriais.