A Companhia Paulista de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) “torce o nariz” quando se fala na possibilidade de rodízio de água. A empresa garante que não existe esse risco. Mas, vez outra, informações passadas à imprensa dão conta de que essa possibilidade existiu. E mais: houve, inclusive, um planejamento para, caso houvesse essa situação, alguns órgãos não poderiam ser afetados. Na edição de ontem, o DS revelou, com base em lista da própria Sabesp, os estabelecimentos públicos que ficariam “blindados” de rodízio nas cidades da região. A lista foi divulgada ontem no site da companhia, após a polêmica de ter sido anunciado sigilo de 15 anos sobre os dados de rede de água e esgoto, além de informações de projetos. Em todo o Estado, são 544 locais. A Sabesp informou que nestes locais foram feitas conexões com adutoras, ou seja, no caso de existir um rodízio drástico por conta da queda no volume de água das represas, os pontos divulgados não serão atingidos. A situação das represas da região que compõe o quadro do Sistema Produtor de Água do Alto Tietê (Spat) melhorou nos últimos meses. Mas, ainda depende da chuva para melhorar de vez. Mesmo assim, a Sabesp adota cautela e ainda deixa na gaveta um planejamento para uma eventualidade de se economizar ainda mais água. Na reportagem que o DS trouxe ontem, entre os locais citados estão delegacias, hospitais, Fundação Casa, unidades de atendimento de saúde e Centros de Detenção Provisória (CDPs). Suzano é o município com maior número de estabelecimentos: sete. Entre eles estão dois hospitais, as duas unidades da Santa Casa, o Centro de Nefrologia, o Distrito Policial (DP) Central e o CDP. Além de Suzano, constam na lista unidades da cidade de Arujá, com três estabelecimentos; Ferraz de Vasconcelos e Itaquaquecetuba, com quatro unidades cada; Poá, com dois locais, e Mogi das Cruzes que teve o CDP citado. A Sabesp não explicou em seu site quais os critérios para escolha dos locais. Isso porque apesar de todos serem essenciais para o funcionamento, há cidades em que tiveram unidades importantes deixadas de lado, como os três hospitais de Mogi (Luzia de Pinho Melo, Arnaldo Pezzutti e Santa Casa), além dos particulares; e delegacias das outras cidades. Mas, uma certeza fica: rodízio não haverá, mas na possibilidade de ocorrer racionamento, o plano já está traçado.