Neymar foi provocado pelos jogadores colombianos e até pela arbitragem. Isso o levou a perder o controle e a reagir. Além disso, não ouviu o apito do juiz Enrique Osses finalizando a partida entre Brasil e Colômbia e, pensando que a bola ainda estava em jogo, chutou-a em direção ao gol e atingiu Armero. Essa é a linha de defesa traçada pela CBF para evitar que o craque pegue punição pesada por sua expulsão na última quarta-feira, na derrota para os colombianos. O atacante terá seu futuro decidido hoje pelo Tribunal Disciplinar da Conmebol. Ele já está suspenso do jogo de domingo contra a Venezuela no fechamento do Grupo C da primeira fase da Copa América, por ter recebido dois cartões amarelos. E pode ser punido com mais jogos de suspensão pelo cartão vermelho levado na derrota que encerrou uma invencibilidade de 11 jogos da seleção sob o comando de Dunga. A súmula entregue pelo juiz chileno Enrique Osses à Conmebol relata que Neymar foi o pivô da confusão quando o jogo acabou ao chutar a bola em Armero, e depois dar uma cabeçada no zagueiro Murillo, que tomou as dores do companheiro. Em seguida, o brasileiro foi empurrado pelo atacante Bacca, também expulso. Ontem, a CBF recebeu ofício da Unidade Disciplinar da Conmebol (equivalente à procuradoria do STJD brasileiro), informando sobre o conteúdo da súmula e imediatamente a defesa começou a ser preparada. Para fundamentar a tese será comunicado que os integrantes da comissão técnica da seleção ouviram o auxiliar Carlos Astroza chamar Neymar várias vezes de "piscineiro", ou seja, jogador que se atira cavando faltas. A estratégia de defesas foi afinada em uma reunião do departamento jurídico da entidade, que começou a tarde e alcançou as primeiras horas da noite. O prazo para a CBF enviar a defesa - toda a comunicação é feita por e-mail - se encerra ao meio-dia de hoje.