Mais rápida e com intensa migração de pilotos, a temporada 2015 da Fórmula 1 será aberta com a disputa do GP da Austrália, na madrugada de hoje para amanhã (a partir das 2 horas, de Brasília) com a expectativa de apresentar uma reacomodação das forças. Um ano depois da maior mudança da história do regulamento, a disputa deve ser mais equilibrada, principalmente pelas trocas de pilotos. A implantação no ano passado de motores turbo V6 desafiou a todos e fez a categoria ver um novo domínio. A Red Bull, que vinha de quatro títulos, virou coadjuvante perto da Mercedes, que levou a sua dupla de pilotos às duas posições mais altas da classificação. Agora a tendência é a de que se veja um cenário de mais equilíbrio, embora a Mercedes ainda seja a grande força. "Acredito que teremos um campeonato mais disputado. Sempre depois de uma mudança muito grande no regulamento, no primeiro ano uma equipe se sobressai e depois as demais correm atrás", analisou o piloto Rubens Barrichello, recordista de GPs na categoria. O atual campeão do mundo, Lewis Hamilton, concorda. "Os outros não vão parar de nos perseguir. Tenho certeza de que a disputa será mais apertada". A grande novidade nos carros para esta temporada está nos bicos. O regulamento está mais rígido quanto às dimensões do nariz dos modelos, o que trouxe mais beleza e segurança. Nas pistas, a tendência é a categoria ser mais veloz. "Os novos compostos de pneus devem fazer os carros andarem até 3 segundos abaixo do tempo de 2014", disse Paul Hembery, diretor da Pirelli. Felipe Massa vai para a segunda temporada pela Williams e, por estar mais adaptado à categoria, promete bons resultados. "Estamos bem, temos um carro competitivo e vamos para cima", explicou. O Brasil terá ainda mais um representante, com a estreia de Felipe Nasr, pela Sauber. Os donos de seis títulos mundiais, Sebastian Vettel, com quatro taças, e Fernando Alonso, com duas, decidiram deixar as equipes onde estavam há tempos para tentar barrar o poderio da Mercedes. O alemão substitui o espanhol na Ferrari para fazer a equipe apagar o péssimo ano de 2014. Foi o pior resultado do time italiana em 21 anos. Como companheiro, terá o experiente Kimi Raikkonen, de 35 anos, campeão mundial em 2007. Alonso traz grande expectativa para a McLaren, mas terá de esperar para entrar na pista. O bicampeão do mundo ainda se recupera de acidente sofrido na pré-temporada, em Barcelona, e não vai correr na Austrália - Kevin Magnussen será o substituto. A vinda de Alonso simboliza uma nova era tanto para o piloto, como para a equipe. O espanhol disputou o Mundial de 2007 pela McLaren e saiu ao fim do ano pelas brigas com o então companheiro Lewis Hamilton. Agora, retorna para revitalizar a escuderia, que vem de resultados pífios e aposta ainda no novo fornecedor de motor. A Honda está de volta à Fórmula 1 após sete anos e firma com a equipe a mesma parceria que deu três títulos mundiais para Ayrton Senna, em 1988, 1990 e 1991. JUVENTUDE Uma jovem classe de pilotos quer continuar a despontar em 2015 e desafiar os renomados campeões do mundo. Nomes como Valtteri Bottas e Daniel Ricciardo, de 25 anos, são pouco cotados, mas já tiveram bons resultados em 2014. Ricciardo superou Vettel como colega de equipe na Red Bull, ao ganhar três provas. Agora o australiano será o piloto principal da escuderia e terá como colega a revelação Daniil Kvyat, russo de apenas 20 anos. Já o finlandês Bottas tem se aproximado da primeira vitória e conseguiu seis pódios no ano passado. TREINOS LIVRES Nos treinos livres de ontem, a Mercedes mostrou serviço e dominou as duas sessões, com Nico Rosberg liderando duas vezes, com Hamilton em segundo. Felipe Massa não pôde ir para a pista por causa de um vazamento de água em seu carro. O estreante Felipe Nasr conseguiu completar 33 voltas e fez o 11º melhor tempo.