quinta 26 de dezembro de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 24/12/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Nacional

Cardozo diz na CPI que não vai atuar para controlar investigações

16 julho 2015 - 08h00

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, criticou ontem as alegações de que ele estaria interferindo nas investigações da Operação Lava Jato. Cardozo foi convocado para depor na comissão sobre a escuta clandestina encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef, na Polícia Federal (PF), em Curitiba. "O ministro da Justiça não tem esse poder. É crime". Cardozo explicou que as investigações são independentes e que é sua competência analisar e coibir quando há abuso de poder por parte da PF. O ministro da Justiça não controla as investigações. Ele é fiscal do abuso de poder", esclareceu Cardozo, afirmando não haver constrangimento em ter sido convocado pela CPI. Ao ser questionado pelo relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), se tinha conhecimento dos grampos, o ministro informou que tomou ciência do fato, mas que não conhece o teor das investigações que apuram responsabilidades. Cardozo afirmou que a escuta na cela de Youssef foi encontrada no dia 10 de abril do ano passado. Acrescentou que um inquérito foi aberto no dia seguinte. Em segredo de justiça, a investigação foi encerrada no dia 18 de agosto do mesmo ano. "O que me repassaram é que não houve depoimento do agente, mas que houve um parecer, uma das razoes invocadas para o arquivamento da sindicância". Caso seja comprovada a existência de escuta ilegal, Cardozo defendeu a punição dos envolvidos. "Escutas ilegais jamais podem ser feitas", declarou. Sobre a escuta encontrada no fumódromo da sede da PF em Curitiba, o ministro disse que a investigação também está sob sigilo, mas mais próxima do encerramento. Cardozo contou que já demitiu 65 servidores e que, por isso, é chamado de "ministro mão pesada". Afirmou, também, que não permite acobertamento. "Polícia que não corta na própria carne não se faz respeitar", defendeu.