A Bíblia diz que "os filhos são como flechas na mão do guerreiro". (Salmo 127:4) Isso significa que eles devem ir mais longe que os pais, já que uma flecha vai mais longe do que o arqueiro que a lançou. Sem dúvida, desejamos que nossos filhos alcem voos mais altos que os nossos! Quantos pais nós conhecemos que não tiveram a oportunidade de estudar, cujos filhos se tornaram doutores?! Quantos pais que pagaram aluguel grande parte da vida, cujos filhos se tornaram proprietários de muitos imóveis?! Mas quem já tentou arremessar uma flecha sabe que não é nada fácil atingir o alvo.
Quando uma criança chega ao mundo, seus pais sonham coisas boas para ela, fazem planos, projetam um futuro promissor. Tenho uma amiga que, pensando no futuro dos filhos, fez para cada um deles uma poupança com vistas à universidade. Eles ainda são bebês, mas ela já está projetando o futuro deles. Para que a flecha seja lançada com sucesso, ela tem que ser lançada pelo guerreiro, que a prepara cuidadosamente, estuda o percurso, mira o alvo, antes de atirá-la na direção dele. Poderíamos dizer que muito do sucesso da flecha está na habilidade do guerreiro em lidar com ela. Nós, pais, educamos nossos filhos durante a infância e adolescência deles; investimos nossas energias, tempo, recursos financeiros em prol deles. Todavia, chega uma época da vida em que eles se tornam independentes e passam a tomar decisões. Nem sempre eles tomam decisões que nos agradam. Consideremos que cada flecha tem características próprias. Cada filho é um universo à parte. Não adianta querer compará-los. O que dá certo com um, pode não dar certo com outro. Por isso, deve-se gastar tempo observando, escutando, conversando, ensinando, disciplinando cada um, individualmente. Filhos precisam de tempo!
É importante lembrar que as flechas têm alvos definidos. Qual é o maior objetivo para nossos filhos? Certamente, queremos vê-los bem-sucedidos em todas as áreas da vida! Mas de nada adianta tudo isso, se eles se perderem espiritualmente. "De nada adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma". (Marcos 8:36) A responsabilidade de ensinar os valores da Palavra e o temor ao Senhor, de cultivar uma vida de oração e comunhão com Deus é dos pais. A igreja auxilia nisso; porém, não é a maior responsável. Os pais, de forma geral, falham nisso! Quantos pais leem a Bíblia com os filhos, contam histórias bíblicas, oram e cultuam com os filhos, vão regularmente à igreja e participam da vida da igreja?! Tudo isso é essencial, mas também tem que ser acompanhado do exemplo. A prática da vida cristã no dia a dia é o que mais marca a vida dos filhos. Eles podem até se esquecer de nossas palavras; todavia, não se esquecerão de nossas atitudes, de nosso exemplo. Podemos ajudar nossos filhos a terem alvos e objetivos nobres na vida; podemos ajudá-los a alcançar esses objetivos; mas, acima de tudo, que oremos e nos empenhemos para que eles cumpram aqui na Terra os propósitos de Deus! Isso não tem preço!