Editorial

Perigo na linha férrea

15 SET 2015 • POR • 08h00

O DS trouxe, na edição de domingo, reportagem inédita, assinada pela jornalista Gabriele Doro, mostrando que os acidentes envolvendo atropelamento de trens na região matam mais do que os envolvendo motos e ônibus. Os dados são um alerta importante. Servem, sobretudo, para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da MRS Logística, adotar estratégias de segurança para garantir redução das ocorrências. A reportagem mostrou que, segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Ministério da Saúde, em dez anos cinco cidades do Alto Tietê contabilizaram 87 mortes por atropelamentos de trem. O número é 210,71% das mortes contabilizadas pelo sistema por colisão de moto, ou seja, o número é três vezes maior, e 38,1% maior do que as registradas por acidente de ônibus (1,3 vezes maior). Os dados do Datasus são contabilizados por meio de informações passadas pelas prefeituras e pelo governo do Estado por meio das internações hospitalares. O levantamento foi feito pelo DS somente com cinco municípios (Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Poá) cortados pelas linhas 11-Coral e 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Porém, o Ministério da Saúde não diferencia se estes atropelamentos aconteceram pela companhia estadual ou pelas composições de carga da MRS Logística, gerenciada pelo governo federal. Sempre existem riscos de acidentes na linha férrea, mas é importante tomar algumas precauções, como ao ouvir o som da buzina, ficar atento; só atravessar em locais seguros e onde houver sinalização; não pegar carona no trem; nunca jogar lixo ou qualquer outro objeto nos trilhos ou ao lado deles, entre outras providências de segurança. O levantamento, com base em dados do Datasus, é, sem dúvida, muito interessante para garantir projetos de mais segurança aos passageiros que utilizam as linhas férreas.