PM liberta peruanos de trabalho escravo
A Polícia Militar libertou nove peruanos vítimas de trabalho escravo em uma oficina de costura localizada em uma residência na Rua Serra do Mar, no bairro Jardim Paineira, em Itaquaquecetuba. A ação foi denunciada por uma mulher de 47 anos, que também era mantida no local. Os outros trabalhadores tinham entre 20 e 27 anos. Os peruanos estavam no local há mais de seis meses. O empregador, também um peruano, não foi encontrado. As peças confeccionadas na oficina iam para uma loja localizada no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. O bairro é famoso por ter várias lojas de comercialização de roupas. Segundo o sargento Alexandre Pires da Polícia Militar (PM), a denunciante, que teria conseguido fugir da casa, procurou a base da Central da PM de Itaquá informando que na confecção em questão havia um indivíduo armado que mantinha ela e outras pessoas em situação análoga à escravidão. Por volta das 9 horas de ontem, a PM foi até o local, onde encontrou os nove peruanos. O sargento informou ainda que as acomodações eram precárias e insalubres. "Eles vieram para o Brasil em busca de uma falsa proposta de emprego. Eram mantidos lá com pouca alimentação, em lugares não higiênicos e tendo que trabalhar por cerca de 16 horas, sem intervalo", disse. De acordo com um dos peruanos escravizados, de 20 anos, eles teriam visto um anúncio de emprego na cidade de Cusco, em seu país de origem, e então decidido vir ao Brasil. A "agência" responsável pela proposta de emprego fornecia transporte de ônibus até o Brasil, além de casa e comida, em troca da mão-de-obra. O salário prometido, inicialmente, era de R$ 600 com promessa de aumento, porém, de vez em quando, eles recebiam apenas R$ 20, ou R$ 7 por semana. Ele contou também que precisavam trabalhar das 7 às 23 horas, sem direito a descanso. Um grupo de perícia foi requisitado para verificação do imóvel. Além disso, uma equipe do Ministério do Trabalho (MTE) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) também estiveram no local. O MTE e o MPT levantarão todas as irregularidades e verificarão todas as informações a fim de garantir os direitos dos peruanos. O Consulado do Peru foi contatado e afirmou que dará todo o apoio para que os peruanos voltem o mais rápido possível para seu país de origem.