Cidades

76 agências bancárias devem entrar em greve a partir de terça

3 OUT 2015 • POR • 08h01

Os bancários de Suzano, Mogi das Cruzes e região decidiram entrar em greve a partir da próxima terça-feira, por tempo indeterminado. Segundo o sindicato da categoria, cerca de 76 agências suspenderão seus serviços. Somente os caixas eletrônicos estarão em funcionamento. Os bancários rejeitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 5,5%. A categoria reivindica reajuste de 16%. "Um aumento de 5,5% não repõe nem a inflação do período que é de 9,88%. Todos os bancários aprovam a greve. Eles entendem que essa representatividade é legítima. O setor financeiro é um dos que mais lucra no País. Nada justifica eles negarem o aumento", disse o presidente do Sindicato dos Bancários de Mogi e Região, Francisco Candido. O sindicato da região abrange as cidades de Suzano, Mogi das Cruzes, Poá, Biritiba Mirim e Salesópolis. De acordo com o presidente, a greve deve iniciar por Mogi e no decorrer da semana será ampliada para as outras cidades. A partir de segunda-feira começará a ser feita a colagem de cartazes nas agências indicando o início da paralisação. Além do reajuste salarial, as outras reivindicações da campanha incluem ampliação na participação dos lucros e das contratações, além do combate às terceirizações e o aumento da segurança nas agências. POPULAÇÃO A população admite que a ação é um direito dos bancários, mas afirmam também que vai prejudicar muitas pessoas, em especial, o público da terceira idade. "Eles deveriam atender pelo menos a 3ª idade. Muitos não conseguem utilizar o caixa eletrônico e precisam de ajuda. Mas entendemos que a greve é um direito deles", ressaltou a presidente da Associação dos Artesãos, Roseli Ferraz Giovanini. A opinião foi confirmada por outra artesã. "Tem muita gente que faz a maioria das transações pela internet, mas muitos ainda dependem dos serviços. Os idosos, por exemplo, não conseguem mexer direito no caixa eletrônico. Sem contar alguns boletos específicos que só podem ser pagos nas agências", completou Luciana Monteiros. FENABAN A Federação Nacional de Bancos (Fenaban) tem, com os sindicatos do setor, uma prática de negociação pautada pelo diálogo. A proposta econômica já apresentada às lideranças sindicais prevê a participação nos lucros dos bancos, de acordo com uma fórmula que, aplicada, por exemplo, ao salário-piso de um caixa bancário, de R$ 2.560, pode garantir até o equivalente a quatro salários. No que diz respeito ao lucro dos bancos, a proposta, nos termos da Convenção Coletiva do setor, prevê distribuição de 5% a 15% do lucro líquido aos bancários, como regra básica, além da parcela adicional que distribui mais 2,2% do lucro de cada instituição, respeitados os tetos estabelecidos na convenção coletiva de trabalho. “A entidade avalia que a negociação das cláusulas não econômicas, ainda em curso, vem se desenvolvendo de maneira positiva, e reitera que continua aberta a negociações e avaliará contrapropostas que venham a ser apresentadas pelas representações sindicais”, explicou em nota.