Esportes

Derrota no Chile não significará mudanças no Brasil para encarar a Venezuela

10 OUT 2015 • POR • 08h00

A derrota para o Chile na última quinta-feira, na estreia nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, não vai representar mudanças significativas na seleção brasileira. O técnico Dunga pode até alterar alguns jogadores para o jogo de terça em Fortaleza contra a Venezuela - David Luiz, por exemplo, machucou o joelho esquerdo e por isso é dúvida. Mas a maneira de o time atuar vai permanecer a mesma. Dunga está convicto de que não se pode mudar tudo por causa de uma derrota. "Nem sempre é preciso mudar tudo após um resultado negativo. Não é preciso mexer a cada derrota", defendeu Dunga. Para ele, o que é preciso é evoluir a cada partida. E ficar mexendo em jogadores e esquema tático pode ser prejudicial enquanto o tempo de treinamento é curto. Mesmo porque o treinador entende que o Brasil fez um jogo bom e equilibrado contra os chilenos - é o mesmo pensamento de seus jogadores -, decidido nos detalhes e que a grande deficiência da seleção foi ter "tomado a decisão errada" nos vários momentos em que trocou a oportunidade de finalizar pela tentativa de dar um passe a mais. Desta forma, contra os venezuelanos o sistema 4-2-3-1 continuará a ser utilizado, com os laterais subindo sempre que possível, às vezes até tentando auxiliar na armação das jogadas e os meias jogando pelos lados. Como o rival é um time fraco, o ímpeto ofensivo deve ser maior. Mas isso não significa que a exploração dos contra-ataques perdeu espaço com Dunga. O treinador diz que falar de sistema tático é "muito bonito", mas que, durante uma partida, o esquema muda diversas vezes, dependendo das circunstâncias. Por fim, se valeu do trabalho feito pelo próprio Chile para reforçar seu ponto de vista. "O Chile vem jogando há 10 anos no mesmo sistema. Uma coisa interessante é o fato de o Chile ter levado muitos gols quando implementou esse sistema. Nem por isso o time trocou (de esquema), pois foi aprimorando", disse. A maneira dos atuais campeões da Copa América jogarem foi implantada pelo argentino Marcelo Bielsa, adepto de um jogo intenso e ofensivo, mesmo que isso signifique riscos defensivos, e na essência mantida por Jorge Sampaoli. Embora tenha dado indícios de que não pretende fazer mudanças não se pode descartar que Dunga dê uma chance a Lucas Lima no lugar de Oscar - que foi muito mal contra o Chile - na terça-feira. Seria uma troca de jogadores da mesma posição, embora com características diferentes. Troca mais "radical" seria a entrada de um atacante de área, Ricardo Oliveira, no lugar de Hulk, que se movimenta mais. MUDANÇA BRUSCA Radical mesmo só a mudança no clima que os jogadores enfrentaram nesta sexta-feira, após cinco dias convivendo com temperaturas abaixo de 10ºC em Santiago. Após treinar pela manhã na capital chilena, a seleção viajou para Fortaleza e na chegada, à noite, encarou temperatura de 27ºC.