Nacional

Cunha é denunciado ao Conselho de Ética por quebra de decoro

14 OUT 2015 • POR • 08h00

 Os partidos PSOL e Rede Sustentabilidade protocolaram ontem um pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com o apoio de metade da bancada do PT e de apenas dois da oposição, os deputados argumentam que Cunha mentiu à CPI da Petrobras ao negar que tenha contas no exterior e pedem a perda de seu mandato parlamentar. Essa é a primeira representação em 2015 no colegiado contra deputado investigado na Operação Lava Jato. Em agosto, Cunha foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro desviado da Petrobras. Dos 62 deputados do PT na Câmara, 32 assinaram o documento em apoio à iniciativa do PSOL e da Rede. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse na noite desta terça que o partido vai aguardar a decisão do Conselho antes de se posicionar oficialmente sobre as denúncias contra Cunha. "Ele (Cunha) foi representado hoje no Conselho de Ética. O partido vai aguardar. O Conselho de Ética é que vai decidir", disse Falcão antes de participar da abertura do 12.º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) ao lado da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica. As liminares acatadas por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) interditando o início de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, entretanto, fizeram com que os petistas ignorassem os apelos dos líderes. "Estamos convencidos de que ele não está legitimado a permanecer à frente da Câmara", argumentou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), uma das apoiadoras do processo. RELATOR O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), pretende definir na próxima quarta-feira o nome do parlamentar que vai relatar a representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolada ontem por deputados do PSOL, Rede e PT. Uma vez definido o relator, abre-se o prazo, não prorrogável, de 90 dias úteis para o plenário da Câmara votar a cassação do mandato de Cunha. Com isso, caso não ele renuncie antes, o processo de análise da representação deverá se estender até o início do ano que vem.