Nacional

PGR solicita novo inquérito contra Cunha

16 OUT 2015 • POR • 08h00

A Procuradoria-geral da República solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que abra novo inquérito para investigar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), com base nos documentos enviados pela Suíça que comprovam que ele possui contas naquele país. O pedido precisa ser avaliado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça ao Brasil comprovam que um negócio de US$ 34,5 milhões fechado pela Petrobras em 2011, no Benin, na África, serviu para irrigar as quatro contas no país europeu que têm como beneficiários Cunha, e sua mulher, Cláudia Cordeiro Cruz. O "giro do dinheiro", como os investigadores classificam o caminho para chegar até o parlamentar, é considerado mais relevante do que o valor bloqueado pelas autoridades suíças em 17 de abril, no total de 2,468 milhões de francos suíços, cerca de R$ 9,6 milhões. Cunha tem negado a titularidade de contas. As quatro contas de Cunha e da mulher receberam ao todo R$ 23,2 milhões, segundo o MP suíço. As autoridades suíças conseguiram bloquear apenas duas das quatro contas atribuídas ao parlamentar. Isso porque o deputado encerrou as outras duas em abril e em maio do ano passado, após o início das investigações da Operação Lava Jato. Em nota divulgada na semana passada, advogados do presidente da Câmara afirmaram que o parlamentar não foi notificado nem teve acesso a qualquer procedimento investigativo que tenha por objeto atos ou condutas de sua responsabilidade e questionam o vazamento de informações das investigações protegidas por sigilo Cunha já é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro. Neste processo o lobista Júlio Camargo - que fez delação premiada - declarou que Eduardo Cunha o pressionou, em 2011, por propina de US$ 5 milhões em contrato de navios-sonda da Petrobras. O presidente da Câmara não é réu nesta ação, mas foi denunciado por este caso ao STF pela Procuradoria-Geral. Como parlamentar, o peemedebista detém foro privilegiado perante a Corte máxima.