Shopping Popular corre risco de ser desativado por ação de despejo
Aberto ao público desde agosto deste ano, o Shopping Popular de Suzano corre o risco de ser desativado por ação de despejo. Com sete meses de alugueis atrasados, a ação cobra na Justiça R$ 420 mil dos comerciantes. Cada parcela de locação gira em torno de R$ 35 mil. O problema veio a público ontem, por meio de uma vendedora. O DS esteve no local e conversou com algumas pessoas que deram diferentes versões da história. Ontem no final da tarde, os microempreendedores fizeram uma assembleia fechada, segundo o presidente da Comissão dos Ambulantes de Suzano, João Antonio de Souza, o Ceará, a assembleia pedia a desassociação dos trabalhadores da Associação Comunitária de Vendedores Ambulantes Autônomos de Suzano (ACVAAS). Já o presidente do órgão, Luiz Antonio Rocha, afirma que o encontro pretendia criar uma nova associação para microempreendedores. Ceará relata que os ambulantes pagaram os alugueis no valor de R$ 205 em dia, além de R$ 200 para a associação. "O valor de R$ 100 era para a cota de associado e R$ 100 para pagar a empresa Fanthec que cuida das finanças da ACVAAS. Os ambulantes não querem mais pagar para a associação ou para a terceirizada, pois os trabalhadores descobriram que o valor pago por eles não foi repassado ao proprietário do imóvel", afirma. Ele assegura ainda que os trabalhadores abrirão um Boletim de Ocorrência (B.O.) coletivo contra o presidente da associação e entrarão com uma representação no Fórum. Ceará destaca que os trabalhadores querem pagar o valor do aluguel de forma individual e direta ao proprietário dos boxes. De acordo com o dono do imóvel, Vanderlei Queiróz Passarinho, o atraso no pagamento completou 7 meses e 18 dias ontem. Ele explica que o não pagamento teria duas motivações, falta de repasse pela associação e não cumprimento dos vendedores. "Não sei dizer qual a realidade correta. Aguardo o término da reunião para saber o que irão decidir". O secretário de Desenvolvimento Econômico, Rafael Garcia, também esteve no local. Ele ressalta que a Prefeitura tem acompanhado a situação e quer garantir o direito dos trabalhadores conforme o acordado. Ele afirmou ainda que a administração quer contribuir mais com o espaço, mas desde que o empreendimento atue com clareza para garantir lucro aos ambulantes. Rocha que não permitiu a entrada da imprensa no Shopping Popular conversou com a reportagem e disse que houve muita desistência dos donos dos boxes e falta de pagamento dos alugueis, o que gerou a dívida. A reportagem também tentou conversar com os vendedores, mas em decorrência da reunião ser fechada não teve acesso aos trabalhadores.