Com dificuldades financeiras, obras da região não são concluídas no prazo
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que as cidades da região têm atualmente 72 obras em andamento. Todas tem o prazo de conclusão encerrado, mas ainda não foram entregues. Do total, 58 deveriam ter sido concluídas em 2014, o que representa 80,56%; e 14 teriam que ser entregues neste ano, ou seja, 19,44%. Para todas as obras está previsto um investimento de mais de R$ 250,67 milhões. Deste valor já foram pagos para as empresas cerca de R$ 130 milhões. Os dados foram divulgados por meio do Portal da Transparência Municipal, no site do TCE. A ferramenta criada no último dia 14 tem como objetivo auxiliar no acompanhamento dos gastos municipais. O portal contém dados de somente quatro cidades da região: Arujá, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano. O site não esclarece porque informações de outras prefeituras não foram divulgadas. Entre estes municípios, Itaquá tem a maior quantidade de obras em execução: 24. Porém 20 deveriam ser concluídas em 2014, três antes de outubro de 2015 e em uma não foi divulgado o prazo. O investimento total é de mais de R$ 27 milhões, sendo que a Prefeitura pagou até agora R$ 10,23 milhões. Entre as obras em andamento estão ampliação da Cozinha Comunitária, que está 77% concluída e tem o investimento de R$ 183 mil, obras de pavimentação no Cidade Kemel, com 36% concluída e investimento de R$ 351 mil e construção de creches, unidades de saúde. Segundo o TCE, a cidade de Itaquá tem sete obras citadas que deveriam ter sido concluídas, mas que ainda não começaram a ser feitas. Arujá tem 18 obras em andamento, sendo que 13 eram para serem concluídas em 2014 e cinco, neste ano. O investimento total é de R$ 40,1 milhões e foram pagos R$ 20,9 milhões, porém em sete obras a Prefeitura não informou o valor pago. Entre os projetos em execução na cidade estão construção de creches, reforma e ampliação do prédio da Guarda Municipal e obras de drenagem. Em algumas construções além do prazo não cumprido, a administração teve que ajustar o valor da obra. Na construção de uma escola municipal, por exemplo, a Prefeitura previu investir R$ 3,24 milhões, porém já pagou a empreiteira, R$ 3,6 milhões. Suzano é o terceira município da região com maior quantidade de obras: 16. O investimento previsto é de R$ 38,7 milhões e o valor pago ultrapassou os R$ 26,8 milhões. Todas as obras tinham previsão inicial para serem concluídas em 2014. Entre os projetos citados pelo TCE estão a drenagem do Parque Maria Helena que tem investimento de R$ 14,3 milhões e está com 80% dos serviços concluídos, três construções de creches, três Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além da implantação de galeria de águas pluviais no Sítio São José. O site traz a informação de que as obras de reforma e ampliação do Instituto Médico Legal (IML) de Suzano estão somente 16% concluídas, com investimento de R$ 76,5 mil. Os dados foram atualizados em outubro deste ano. Porém esta obra já foi entregue pela Prefeitura suzanense. Em Poá, o TCE apontou que há 14 obras em andamento, sendo que nove deveriam ser concluídas em 2014 e cinco, neste ano. O investimento previsto é de R$ 144,74 milhões, sendo que a Prefeitura pagou R$ 54,98 milhões. Foram citadas obras da cidade, como a construção do Teatro Municipal, que tem 54% das obras concluídas e investimento de mais de R$ 7,9 milhões; implantação do piscinão, que deveria ter sido finalizado no último dia 22, mas segundo o TCE só está com 24% das obras concluídas, e revitalização da Praça dos Trabalhadores. PORTAL O Tribunal de Contas informou que o objetivo do portal é colocar em um único local um único local de acesso agora é possível consultar diversas informações do município, entre outras, receitas arrecadadas, gastos com saúde per capita, despesas com pessoal em relação à receita corrente líquida, despesas com gêneros alimentícios e combustíveis utilizados na Educação. A presidente do TCE, Conselheira Cristiana de Castro Moraes, afirmou que a ferramenta é um incentivo para que os cidadãos monitorem e acompanhem de perto a gestão pública nas cidades paulistas. “Trata-se de instrumento que possibilitará à sociedade integrar-se com a administração pública, podendo acompanhar suas ações atualizadas, observar o passado e contribuir para a realização do futuro”.