Editorial

Educação + educação

8 NOV 2015 • POR • 07h00

Já é consenso por parte de todos de que o caminho para o desenvolvimento de uma nação se inicia pela educação. É importante investir no setor, garantir que mais crianças estejam nos bancos escolares e que os educadores sejam, cada vez mais, valorizados. Essa valorização parte, sobretudo, por meio de salários melhores e condições adequadas de trabalho. Nesta semana, a diretora-executiva da entidade da sociedade civil Todos pela Educação, Priscila Cruz, trouxe uma dado preocupante em nível nacional. Ela informou que mais da metade das crianças permanecem analfabetas ao fim do 3º ano do ensino fundamental. Na ocasião foi apresentado à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2015. Este é a quarta edição do anuário e a primeira após a promulgação do Plano Nacional de Educação (PNE – Lei 13.005/14), sancionado em junho de 2014. O problema realmente existe. Mostra que as crianças que frequentam a escola não estão se alfabetizando. Sem alfabetização, não há aprendizagem mais para frente. É muito difícil recuperar esse aluno depois, garantem especialistas. Um dos fatores que gera isso é a má formação dos professores. Mas existem saídas para o problema. O primeiro passo é entender a importância da Educação para a vida das pessoas. Mais do que garantir um bom emprego, a Educação promove outros direitos, como segurança, saúde e justiça e ainda possibilita uma visão mais ampla e crítica de si mesmo e do mundo. É preciso também, dizem especialistas, transmitir ao filho a importância da Educação no dia a dia. Mostrar que aprender é bom. É preciso demonstrar interesse pelos assuntos escolares, como eventos e provas e, acima de tudo, dar o exemplo. Os dados negativos não podem servir como “desânimo” para estacionar investimentos e novos projetos. Conforme a diretora do Todos pela Educação, o Congresso Nacional deve se debruçar sobre dois temas fundamentais: a alfabetização e a reformulação do ensino médio. A falta de diferenciação de currículos, de acordo com as diferentes vocações dos estudantes, gera alunos desmotivados. Os dados foram divulgados e agora será importante assimilá-los para garantir novos rumos para a melhoria na educação pública do País.