Cidades

Tokuzumi anuncia cancelamento do Carnaval e plano de contingência

27 NOV 2015 • POR • 07h01

Um novo plano de contingência, com corte de horas extras, cancelamento do Carnaval e entrega de imóveis alugados pela Prefeitura foi anunciado ontem, pelo prefeito Paulo Tokuzumi (PSDB), após reunião do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), na Associação Comercial e Industrial de Ferraz de Vasconcelos. De acordo com o tucano, a cidade passa por dificuldades financeiras em decorrência da crise que acomete o País. Ele frisa ainda que um novo plano de contingenciamento está previsto para o próximo ano. "Suzano não terá Carnaval e já prevemos o corte de horas extras e outros serviços que também precisarão ser sacrificados. Vamos rever todo tipo de situação para que o município seja organizado", detalha. Ainda segundo ele, um prédio em frente à Prefeitura está sendo alugado. Com a medida, o prefeito explica que todas as secretarias serão realocadas em um único imóvel. "Vamos mudar do Edifício Nacional, pois o proprietário não quis renovar o contrato e pediu um valor absurdo para realocar. Agora vamos juntar todas as secretarias em um único lugar e entregaremos diversos prédios", aponta. Os valores que serão economizados e o número de imóveis esvaziados não foram citados pelo tucano, que confirmou ainda as dívidas com o Grupo Pioneira, responsável pelos serviços de varrição na cidade, e outras empresas. Tokuzumi destaca que Suzano não é a única cidade que sofre com débitos e citou outros municípios, inclusive, estâncias turísticas, que estão sem nenhum tipo de varrição. Hoje, em Suzano, apenas o quadrilátero central recebe o serviço de limpeza. "A questão da varrição, tecnicamente é financeira. Estamos em atraso com muitas empresas, e não só Suzano, mas muitos outros municípios estão em situação ainda pior e precisam, por exemplo, fechar as portas mais cedo. Esta crise está em todo País. Vivemos hoje um processo de recessão, diminuição da arrecadação e alta nos impostos. Cabe ao Poder Público se adequar a esta situação e, neste momento, não se pode ter a irresponsabilidade de administrar de forma inadequada", comenta. Tokuzumi disse também que possui vontade de administrar politicamente e atender todas as necessidades da cidade. No entanto, deve agir de acordo com as normas técnicas e legislação. "Ano que vem terá eleição, mas administração é outra coisa, não vou fazer administração política por causa das eleições. Farei uma administração como deve ser, se isso vai causar dano político é outra história, mas não cometerei erros absurdos por causa da eleição que está por vir", finaliza. CONTINGÊNCIA Em agosto de 2014, a Prefeitura anunciou o 1º plano de contingenciamento. Na ocasião, a administração divulgou a necessidade de economizar R$ 25 milhões até o final do ano. Ao todo, era preciso diminuir 25% dos gastos, em todos os setores do governo. As pastas de Saúde e Educação, não estavam inclusas. Vale destacar que o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016 prevê orçamento de R$ 692 milhões para o exercício do próximo ano. A peça está na Câmara para votação. O documento deve ser colocado em pauta até 9 de dezembro. Na quarta-feira, 52 emendas foram apresentadas em caráter de urgência, o que adiou a votação. A LOA, apresentado pela Secretaria de Planejamento e Gestão Financeira, prevê a distribuição do orçamento entre 21 secretarias, gabinete do prefeito, Câmara e Instituto de Previdência (IPMS). O valor é 17,4% maior que o montante estimado para este ano, de R$ 589 milhões. Entre os setores que receberão os maiores investimentos estão a Educação com 24,33%, correspondente a cerca de R$ 168,3 milhões; a Saúde com 21,96%, em torno de R$ 151,9 milhões; e Obras e Infraestrutura com 9,32%, cerca de R$ 64,5 milhões.