Colunista

Suzano, qual o futuro da cidade?

27 MAR 2015 • POR • 08h00

Vivemos com pressa, e não temos o hábito de olhar e curtir a cidade à nossa volta, talvez até mesmo por preconceito. Se fala que a cidade de Suzano é mal cuidada, sem graça e sem atrativos. Porém, um olhar mais treinado será capaz de encontrar lugares, cantos e espaços característicos da cidade. A Praça das Flores, se bem protegida, vigiada e mantida viva, florada e verdejante, sem estragos e violência, com certeza será apreciada e admirada por muitos cidadãos e tornar-se-á o cartão postal da cidade. A Praça João Pessoa, perdeu um pouco do seu brilho, mas nasceu para ser brilhante e sorridente. Bom seria instalar ao lado dela, uma Central de informações turísticas, indicando aos passantes e visitantes, pontos turísticos da cidade, distribuindo folders e guias de propaganda. Todos sabemos que no passado a população tinha um coração suzanense. Os habitantes moravam e viviam na cidade. Hoje, muitos preferem desfavoravelmente a beleza e as opções existentes em outras cidades. Isso é mais que um equívoco. A cidade não pode ser apenas lugar de moradia, dormitório, comercio e vazia de vida associativa e espírito suzanense. É necessário parar na cidade, conhecer a sua história, olhar, escutar, conversar e curtir um pouco a vida interiorana, encontrar sossego no parque municipal, arborizado com plantas e flores, águas e brinquedos. Nos pequenos percursos que levam a lugares próximos à nossa casa, não convêm usar o carro. Andando a pé, haverá parada para descansar, para cumprimentar ou para fazer com os amigos um balanço da própria vida, da família e da cidade. Devido a uma visão limitada e preconceituosa da cidade, Suzano vai ficar sempre mais desconhecida e a sua história esquecida pelos mesmos moradores e pelos lideres religiosos e políticos. A tendência é se tornar uma cidade territorialmente acessível para construir condomínios e moradias e circuitos fechados de convivência social. A Vila do Baruel, o mais antigo vilarejo de Suzano com a sua Igrejinha à beira da estrada, suscita nos que transitam na Índio Tibiriçá, curiosidade, interesse e desejo de uma reza ou de um olhar dentro da capelinha e prosseguir a viagem após ter visitado um lugar que é antigo, porém não é turisticamente e religiosamente bem mantido. Isso sim, é que corre o risco de fazer de Suzano uma cidade não valorizada pelos turistas, vazia e monótona também pelos moradores. Ô Suzano, persevera! Mantem o propósito ambicioso de fazer com que os suzanenses passem a olhar para ti com outros olhos que não sejam os do preconceito e da desinformação, e passem a apreciar os detalhes, às vezes ignorados, por descaso. Orienta os proprietários e responsáveis de casarões, igrejinhas e templos antigos (inclusive o cemitério e Memorial dos Índios) a descobrir que estes imóveis podem ser muito mais interessantes e também valorizados pelos turistas e suzanenses se tivessem, além de uma boa manutenção, também uma boa divulgação, aprendendo assim, a conservar e valorizar a história de Suzano. Preservar e amar a cidade é preciso, para que ela transmita às futuras gerações todas as suas fases históricas, a serem conhecidas não apenas nos livros ou painéis, mas por meio de lugares históricos concretos que se tornarão como um “livro vivo” da história de Suzano. Que tais lugares sirvam também como suporte para uma formação sólida e inquestionável da cidadania, com identidade e sentido de pertença à cidade.