Nacional

E-mails entre executivo e Yousseff revelam propina

7 ABR 2015 • POR • 08h01

E-mails trocados entre Alberto Youssef e um executivo do grupo Queiroz Galvão são considerados para investigadores da Operação Lava Jato provas de que a empreiteira pagou R$ 7,5 milhões de propina em forma de doações eleitorais na campanha de 2010 em troca de contratos na Petrobras. Em sua delação premiada, o doleiro confirmou os repasses e apontou que o valor teria beneficiado candidatos do PP, entre eles o ex-ministro Mário Negromonte (PP-BA), e o senador Valdir Raup (PMDB-RO). "Todos os valores repassados são provenientes de vantagens indevidas decorrentes do esquema existente na Petrobras", afirmou Youssef, no dia 11 de fevereiro, em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato. Um dos e-mails foi enviado a Youssef no dia 30 de agosto de 2010 pelo executivo da empreiteira Othon Zanoide de Moraes Filho - preso por cinco dias pela Lava Jato, em 14 de novembro de 2014, na sétima fase da operação, batizada de Juízo Final. Nele, Moares Filho escreveu: "PRIMO (apelido de Youssef). A seguir a relação de recibos faltantes, desde já agradeço a ajuda". Segue, então, de forma numerada, oito registros de valores que totalizam R$ 4 milhões. "O e-mail se refere apenas à parcela das doações em que faltavam os recibos, mas o total das doações oficiais foi de aproximadamente R$ 7,5 milhões, todos provenientes da Queiroz Galvão", afirmou Youssef. No e-mail, o executivo da Queiroz Galvão cobra os recibos dos valores pagos a quatro políticos nominados na mensagem: “Aline Corrêa, R$ 250 mil; Roberto Teixeira, R$ 250 mil; Nelson Meurer R$ 500 mil; e Roberto Brito R$ 100 mil. Há ainda o registro de R$ 100 mil em nome de "PP de Pernambuco", R$ 500 mil para o "PP da Bahia", outros R$ 300 mil para "PMDB de Rondônia" e o de maior valor R$ 2,04 milhões destinado ao "Diretório Nacional P. Progressista". A lista interceptada pela Lava Jato, em março de 2014, quando Youssef seria preso em São Luís (MA), é o registro "dos recibos faltantes", explicou o doleiro. "Ou seja, das pessoas que tinham recebido os valores da Queiroz Galvão, como doação 'oficial', mas que ainda não haviam enviado seus recibos para a construtora".