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Muricy Ramalho deixa São Paulo em ‘comum acordo’ com diretoria do clube

7 ABR 2015 • POR • 08h00

A era Muricy Ramalho acabou ontem e deixou o São Paulo com poucas opções para encontrar um novo técnico. A gestão de um ano e meio do ex-treinador se encerrou às vésperas de partidas decisivas para o clube e, pelas exigências traçadas pela diretoria tricolor, há poucos candidatos a substituto. Até a definição do novo treinador, o time fica sob o comando do interino Milton Cruz. O presidente Carlos Miguel Aidar e o vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, já têm em mãos os requisitos para o novo comandante. É preciso ser alguém que tenha o mesmo impacto de Muricy Ramalho, seja brasileiro e esteja desempregado. A falta de nomes no mercado já havia ajudado na manutenção de Muricy duas semanas atrás, quando o técnico colocou o cargo à disposição depois da derrota para o Palmeiras. Dentro desse cenário de exigências, três nomes são os mais fortes. Abel Braga tem no currículo os títulos do Mundial e da Libertadores com o Internacional e o Brasileiro pelo Fluminense, mas já está inclinado a retornar para o futebol árabe. O ex-Corinthians e seleção brasileira Mano Menezes também está sem clube, mas Ataíde disse ontem nem ter pensado nele. A última das opções mais prováveis é Paulo Roberto Falcão. Como volante, jogou no São Paulo na época da primeira gestão de Aidar como presidente, já manifestou o interesse de voltar a treinar e tem viajado para estudar o futebol europeu. Aliás, o velho continente era a primeira opção do São Paulo. Ataíde contou que, logo depois da saída de Muricy Ramalho, telefonou para um treinador da Europa. "O estrangeiro que eu queria trazer, um europeu, não vai poder vir. Meu projeto foi por água abaixo. Nossa solução está no mercado brasileiro", afirmou o dirigente, que não quis falar nem o nome nem a nacionalidade do técnico. Ataíde concedeu entrevista coletiva pouco depois de oficializar a saída de Muricy Ramalho. O dirigente estava abatido e por várias vezes citou por engano o nome do ex-técnico em vez de se referir ao interino. A troca de comando pegou o São Paulo despreparado. A diretoria prevê que Milton Cruz vai comandar o time por até quatro jogos, período que coincide com as quartas de final do Paulistão e a decisão na Libertadores contra o Danubio, no Uruguai.

SAÚDE Os pedidos da família e dos médicos sobre a saúde fragilizada determinaram a saída de Muricy Ramalho. Em comum acordo com a diretoria, o técnico combinou que era hora de se cuidar. O treinador não tinha multa rescisória e estava no cargo desde setembro de 2013. "Infelizmente ele colocou a situação clínica dele. Ele precisa fazer uma operação e estava inseguro se atendia ao clube, à família ou aos médicos", disse Ataíde. Muricy precisa retirar uma pedra na vesícula e no começo do ano ficou internado com diverticulite. No ano passado ele foi hospitalizado para tratar uma arritmia cardíaca. "Estou com problemas de saúde, devo fazer uma cirurgia na próxima semana e preciso desse tempo que o São Paulo não tem no momento", explicou o técnico em comunicado.