Monsters of Rock acontece na Arena Anhembi e conta com show do Kiss
Além de Gene Simmons e a companhia dos outros três caras pintadas do grupo norte-americano Kiss, o Monsters of Rock conta com um line up de veteranos para atrair um público de respeito nesta segunda edição do festival realizado na Arena Anhembi, hoje e amanhã. Os britânicos Judas Priest, Motörhead e Ozzy Osbourne são os destaques de hoje. Accepet (Alemanha), Yngwie Malmsteen (Suécia), Manowar (EUA) e o Kiss se apresentam no domingo. Segundo a organização do evento, ainda há ingressos para as duas noites do Monsters of Rock. Uma das principais atrações deste ano é o Judas Priest. A banda de Rob Halford, formada em Birmingham, na Inglaterra, em 1969, ajudou a formatar o heavy metal e está na estrada com a turnê de divulgação de Redeemer of Souls (2014), álbum que soa como uma volta às origens depois do conceitual e confuso Nostradamus (2008). Grupos menos conhecidos do cenário mainstream também ganham espaço, como o De La Tierra, que conta com em sua formação com o brasileiro Andreas Kisser (guitarrista do Sepultura), os argentinos Andrés Giménez (ex-vocalista do A.N.I.M.A.L) e Sr. Flavio (do Los Fabulosos Cadillacs) e ainda Alex González (baterista do Maná), que nasceu em Miami e descende de colombianos e cubanos. Em entrevista, o músico Gene Simmons, do Kiss, de 65 anos, fez duras críticas àqueles que tratam a música apenas como objeto de devoção cultural. "Não existe uma coisa chamada música e outra chamada negócio. Os dois estão atrelados " Seu novo livro Eu, S.A. fala muito sobre motivação. Depois de 40 anos cantando clássicos como Detroit Rock City e Rock And Roll All Nite você ainda se sente motivado no palco? Veja bem, todos os dias nós repetimos algumas palavras básicas do nosso vocabulário. Elas, no entanto, sempre significam algo diferente. Quando você fala "eu te amo" para uma nova garota, isso significa, de fato, algo novo porque o sentimento é diferente. Entende? Portanto, não são as mesmas canções. Há ali uma energia diferenciada, com um público distinto e sentimentos renovados. É isso que acontece nos shows do Kiss. O que significa fazer parte da mesma banda por mais de 40 anos? É incrível porque muitas das bandas que começaram com a gente não existem mais. O álcool, as drogas e o excesso de mulheres acabaram com a maioria delas. Acredite, nós tivemos muita sorte! A coisa mais importante é trabalhar duro. Subir ao palco e proporcionar o melhor para os fãs. O Kiss é uma das marcas mais valiosas do mundo. Você, por exemplo, tem a própria linha de baixo, já participou de um filme e até de um reality show. O que falta na sua carreira? Você esqueceu de mencionar o time de futebol americano em Los Angeles, o Los Angeles Kiss. Também temos nosso restaurante chamado Rock and Blues e o recém-inaugurado campo de minigolfe que leva o nome do grupo. Percebe que há sempre algo novo? Não existem limites para os negócios: brinquedos, jogos. Estamos em todas as áreas possíveis. É assim que funciona para o Kiss. Não vou deixar de fazer dinheiro. Eu não me canso, nunca vou ter o suficiente. O que é mais importante: música ou negócios? É possível separá-los? Para mim, não existe diferença nenhuma entre a música e os negócios. Isso, na verdade, é chamado de mercado da música. Não dá para distingui-los. Não existe uma coisa chamada música e outra chamada negócio. Os dois estão atrelados. Você diz em seu novo livro que, para ter sucesso profissional, ninguém deve ficar no seu caminho. Este é o segredo? Alguém já ficou no seu caminho nesta trajetória? Você deve passar por cima de todos. Da sua família, dos amigos, da namorada, dos filhos, da religião: não deixe que ninguém fique no seu caminho. O Kiss só deu certo por conta disso. Se você é pobre, não poderá ajudar ninguém assim, incluindo sua família. Se você for rico, vai alimentar seus parentes com dignidade, produzir mais empregos e até doar boas quantias para as instituições de caridade. Não deixe que ninguém o impeça de ser milionário.